06
de dezembro de 2012 | N° 17275
REPORTAGEM
DE CAPA
Golpe de
sorte?
Em
1911, os jesuítas do Colégio Anchieta adquiriram cinco hectares em meio de um
terreno localizado atrás dos reservatórios do Moinhos de Vento. A área incluía
o topo de uma colina com uma belíssima vista para as águas do Guaíba – hoje, o
Morro Ricaldone. Aquela região, então, foi transformada pelos padres em chácara
de sua escola.
No
futuro, pensavam os jesuítas, quando a cidade chegasse às proximidades daquela
região bucólica, o local seria perfeito para abrigar um colégio de proporções
consideráveis. Foi então que o pneumologista italiano José Ricaldone – um
personagem singular da região – se interessou pela área.
Por
sua forte inclinação religiosa e o bom relacionamento que mantinha com os
padres, acabou convencendo-os a vender, em 1923, aqueles terrenos. E por um
preço que, mais tarde, os jesuítas considerariam “de banana”, já que o bairro
se tornaria, poucos anos depois, uma área residencial de elite.
A
transação, por se tratar de área tão grande, foi autorizada pela Ordem Jesuíta
em Roma, o que veio a reforçar a lenda de que o doutor Ricaldone tinha uma
ligação estreita com o Vaticano.
O
fato é que é quase impossível afirmar se foi golpe de sorte, visão de futuro ou
se o pneumologista tinha contatos políticos que o informaram da construção da
Hidráulica naquela área, fator que valorizaria definitivamente a chácara dos
padres.
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