terça-feira, 4 de dezembro de 2012



04 de dezembro de 2012 | N° 17273
HISTÓRIAS DE VIAGEM | SILVIA DIAS*

Presa em Paris

O aeroporto de Paris é hoje um dos mais utilizados da Europa, o que faz com que algumas companhias francesas tenham preço mais acessível. Mas, aí ainda cabe o velho ditado “o barato pode sair caro”.

Estava com viagem marcada para Dubai quando uma grande nevasca atingiu a Europa. No caso, o voo previa parada em Paris, no aeroporto Charles De Gaulle. Na ida, pousamos de emergência em Marselha e fomos retidos por mais de 12 horas no avião. Na volta, fui a Praga antes de retornar ao Brasil. A diferença de temperatura entre Praga e Dubai era absurda. Dubai estava entre 40°C e 50°C, enquanto Praga estava com -5°C.

Obviamente, todos paravam para me olhar quando me viam com um enorme casaco de neve nas mãos em pleno escaldante aeroporto de Dubai. Novamente Paris, novamente nevasca e aeroporto lotado. Chegando a Praga surpresa: cadê minha mala? Quase beijei o casaco de neve... Após cinco dias com a mesma roupa e pés molhados.Acabou: Ufa! Vou para casa.

Outra vez: Paris. Aeroporto lotado, nevasca, atrasos. Comentei com um funcionário do aeroporto que haviam extraviado minhas malas na outra vez que passara por ali. Ele aconselhou-me a ir ao setor de bagagens. Eu já estava no portão de embarque e tive de retornar. No retorno, passei pelos “simpáticos” atendentes da esteira. Quando passei pelo guichê da imigração o atendente me disse: “você está saindo da área de embarque”. Gelei.

Meu passaporte e minha passagem estavam na mala de mão com meu marido. Imediatamente tentei voltar e... adivinhem. Os “simpáticos” da esteira detiveram-me e, pior, chamaram os guardas imediatamente. Relatei a situação, argumentei, mostrei um passaporte vencido que sempre carrego. Não teve outro jeito: caí num pranto tão escandaloso que todos ao redor pararam para assistir.

Toquei num ponto sensível dos franceses: eles detestam escândalo. Assim fui escoltada até o portão de embarque, com uma mão firme segurando meu braço e três policiais em volta. Ao meu marido foi perguntado: você conhece esta pessoa? Está com o passaporte e a passagem dela? Finalmente acabou, pisei em solo brasileiro: –Ufa!

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