segunda-feira, 3 de dezembro de 2012



03 de dezembro de 2012 | N° 17272
PAULO SANT’ANA

Muito pouco futebol

Se os jogadores do Internacional planejaram estragar a festa tricolor de despedida do Olímpico, conseguiram seu objetivo.

Não só pelo resultado de empate, como também pelos acontecimentos de indisciplina feroz dos jogadores dos dois times.

Não é a primeira vez na história que em Gre-Nal festivo é tomada uma iniciativa de tornar deprimente o espetáculo pelas brigas generalizadas entre os jogadores.

Isto é triste por um lado, por outro ressalta que a rivalidade Gre-Nal é uma das maiores do continente.

E, quando a delicadeza da rivalidade desborda para a violência corporal entre os jogadores, como ontem, o clássico diminui-se perante a história.

O Grêmio não conseguiu a vaga direta na Libertadores, terá de jogar duas partidas preliminares do grande torneio.

Só que o fato de o Grêmio ter jogado quase todo o segundo tempo com vantagem numérica, primeiro sobre um expulso do Inter, depois sobre outro, escancarou definitivamente as deficiências técnicas e individuais do time de Luxemburgo.

Possuísse o Grêmio um time à altura da grandeza do clube e teria se valido das expulsões no Inter para vitoriar-se no escore, não conseguiu ganhar e assim confessou que é um time incipiente, que terá de ser reforçado à abastança para a temporada de 2013.

Fábio Koff terá a difícil tarefa de adquirir cinco ou seis grandes jogadores para reforçar o Grêmio. Não ganhar do Inter em jogo de 11 contra nove depõe gravemente contra o time.

A equipe de Fábio Koff tem de arregaçar imediatamente as mangas para contratar valores, o Grêmio tem a Libertadores pela frente em tempo urgente, não dá para vacilar nas contratações imediatas e de grandes jogadores. Eu até penso que Luxemburgo não pode tirar férias. Terá de assessorar a nova diretoria para indicar os reforços.

Muito triste será que o Grêmio repita um time insuficiente no ano que vem: além da Arena, há a Libertadores.

Fábio Koff tem de pôr mãos à obra desde hoje de manhã.

Foi lamentável que ao final da partida de ontem não tivesse o Grêmio preparado solenidades e cerimônias de despedida do estádio pela torcida, o que poderia ser feito pelo telão, revivendo grandes momentos do Olímpico. A torcida ficou inerte, esperando que a mobilizassem para festejar.

Voltando ao jogo, deplorável que o árbitro tenha usado de excessivo rigor ao expulsar Luxemburgo, que invadiu o gramado com o visível propósito de acalmar seus jogadores durante as brigas. E o árbitro inexplicavelmente também não descontou o tempo em que a partida esteve interrompida pelos atritos, um tempo largo que tinha de ser compensado.

Quero agradecer a acolhida calorosa e entusiasmada que tive da torcida inteira do Grêmio na volta olímpica que fiz no estádio antes do jogo, levando meu filho e meu neto.

Foi comovente para mim ouvir a multidão gritando meu nome e me saudando, reconhecendo que nestes 41 anos de militância jornalística dei atenção especial ao Grêmio e participei quase que diretamente dos feitos do clube.

Muito obrigado, massa tricolor, para mim se tornou inesquecível teu carinho.

Mesmo que tenha, por doença significativa, me afastado da televisão e reduzido minha participação em rádio, permaneceu acesa a chama da minha ligação umbilical com os gaúchos.

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