terça-feira, 2 de fevereiro de 2016



02 de fevereiro de 2016 | N° 18433
ARTIGOS - LASIER MARTINS*

ERROS E OMISSÕES


A cúpula do PDT, especialmente o presidente, tem me criticado por eu discordar da permanência do partido no governo Dilma. Ora, desde que aceitei concorrer ao Senado prego a saída, a independência do PDT para se fortalecer e se fazer respeitar, seguir com luz própria, como dizia Leonel Brizola. Aliás, tenho certeza de que, se ele ainda vivesse, jamais compactuaria com tantos erros, omissões e crimes lulopetistas.

Lastimo que hoje o PDT viva à sombra do PT, acumpliciado ao fracasso administrativo e às promessas descumpridas em 2015. Em vez da meta de inflação de 4,5%, atingiu 10,67%. Em vez de PIB positivo de 1%, caiu em 3,8% negativos. Em vez do superávit primário de R$ 51 bilhões propagandeados antes da eleição, um estratosférico déficit de R$ 119 bilhões. 

A maior onda de desemprego: 1,5 milhão de demissões com carteira assinada. A indústria produzindo menos, a população consumindo menos, os Estados arrecadando menos em razão da recessão. E o governo compensando sua ruinosa gestão com aumento dos já pesados impostos, negando correção da tabela do Imposto de Renda e achatando mais os salários dos aposentados.

Tal sucessão de problemas não se restringe aos fatores de natureza econômica. Misturam-se às questões políticas e morais, que recheiam o descalabro. O desmantelamento da Petrobras é o símbolo maior da incompetência e da corrupção endêmica, que pautou o ambicioso projeto de perpetuação no poder e contaminou grande parte do organismo estatal. Fatos bem conhecidos pelas denúncias e condenações na Lava-Jato envolvendo empreiteiros, próceres e tesoureiros do PT.

E o PDT fechando os olhos para tamanho esquemão de propinas e falcatruas com uso e abuso dos bens públicos. Despreza as infrações à Lei de Responsabilidade Fiscal, como se não tivesse utilizado sem autorização verbas dos bancos estatais para saldar dívidas, atrasando repasses necessários. Desconsidera o toma lá dá cá no Congresso e os financiamentos do BNDES, com juros camaradas, a obras em países como Cuba, Venezuela, Angola, Moçambique e Panamá, utilizando mais de US$ 3 bilhões, recursos importantes às carências nacionais.

Enfim, a sinistra lista é grande. E precisa da reflexão daqueles que apoiam absurda e incondicionalmente este governo, como a cúpula do meu PDT.

Senador PDT/RS*

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