sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016


26 de fevereiro de 2016 | N° 18457 
MARCOS PIANGERS

Tratado de paz


Pois, se querem um sinal de boa vontade nas negociações de paz, estou oferecendo parte do território catarinense. O Rio Grande do Sul passa a ter um litoral que vai do Chuí até a enseada da Pinheira. Acredito que seria justo dizer que esta área já é propriedade gaúcha, assim como o sudoeste catarinense (de Lages até Xanxerê, todo mundo toma chimarrão e ouve vanerão). Portanto, mudaríamos a fronteira do Rio Uruguai para uma linha imaginária de Laguna até São Miguel do Oeste. Essa é a minha proposta.

Santa Catarina manterá o município de Sombrio, terra de parada obrigatória de viajantes devido ao suntuoso Japonês, polo de alimentação e alívio bexigal. Sombrio tem um potencial enorme, pode ser uma espécie de Canal do Panamá catarina. Permanecem catarinenses os municípios de Criciúma, Tubarão, Urussanga e toda aquela região. Laguna seria uma zona sem governo, como o espaço desmilitarizado entre as Coreias. 

Pit stop obrigatório para atravessar a fronteira e carimbar passaporte. Sobra, assim, um Estado genuinamente catarinense, com distritos alemães em Blumenau, Jaraguá do Sul e Joinville. E teremos que abrir mão de Balneário Camboriú, conquistado pelos argentinos por usucapião.

Se esse tratado for aceito, é muito importante seguir algumas normas. A saber: está proibida a irritação demasiada com piadas de gaúcho; está vetado o uso de barracas gigantes nas areias das antigas praias catarinenses, doravante conhecidas como “litoral nortíssimo do RS”; e está terminantemente proibido o uso de achocolatado em pó nas águas azuis do supracitado litoral para fins de homogeneização da orla gaúcha. Se bem que a homogeneização já está acontecendo por conta do despejo de esgoto. Talvez seja parte do acordo.

Placas de outros Estados pagarão pedágio para entrar em Florianópolis, mas poderão desfrutar da atual legalização da maconha em quase todos os pontos do município e nos diversos paradouros de verão, a saber, quase todas as rodovias de acesso às praias. A culinária catarinense deve ser respeitada e preservada. 

São as iguarias ícones desse Estado o pastel de berbigão, a caldeirada de frutos do mar, e o gambá temperado. Este último, mesmo que apenas para os funcionários do estabelecimento. Familiares argentinos esquecidos em território gaúcho ou catarinense serão extraditados para Canasvieiras.

Estando ambas as partes de acordo, assinam abaixo Gustavo Kuerten e Paixão Côrtes, maiores autoridades de cada Estado.

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