sábado, 13 de fevereiro de 2016



14 de fevereiro de 2016 | N° 18445 
DAVID COIMBRA

A grande cabeça de Einstein


Quando Einstein nasceu, a mãe dele ficou impressionada com as dimensões da sua cabeça. Era grande demais. Tanto que chegou a perguntar ao médico se o bebê era normal. O doutor respondeu que não havia motivo para preocupações – aquilo podia até ser bom.

Pois foi. A prova é que Einstein voltou a assombrar o mundo com sua inteligência agora, com a confirmação de uma teoria que ele propôs um século atrás.

O homem era mesmo sabido. No dia em que morreu, há quase 61 anos, em Nova York, os médicos americanos esperaram sete horas e lhe extraíram o cérebro, a fim de estudá-lo. Terminaram por constatar que, realmente, aquela não era uma cabeça comum. O supercérebro de Einstein, depois de fotografado, tomografado e pesquisado, foi posto dentro de um vidro de conserva e, vez em quando, é exposto em museus.

Não sei se é ético isso de expor publicamente pedaços de pessoas conhecidas. Meio constrangedor. Aliás, o pênis de Napoleão também foi apresentado ao público num museu americano. É um pênis bem pequeninho, com menos de três centímetros, o que, no IAPI, chamaríamos de “bico de chaleira”.

Os russos, que emulavam com os americanos em tudo, emularam também nisso de pênis-arrancados-de-pessoas-famosas-e-postos-à-mostra. Eles têm, lá num museu de São Petersburgo, o pênis do Monge Rasputin, e o exibem como troféu, porque se trata de um membro com assustadores 30 centímetros de comprimento. Os russos são muito orgulhosos dessa vitória sobre seus rivais da América.

Rasputin, ao que se sabe, fazia bom proveito de seus dotes. Suas façanhas sexuais se tornaram célebres na Rússia czarista. Teoricamente, ele justificava as ações mais, digamos, pagãs afirmando que o ser humano deve cometer grandes pecados, porque, assim, Deus sentirá grande prazer ao perdoá-lo. Imagine o prazer que o pessoal de Brasília proporciona ao Nosso Senhor.

Com essa conversinha, Rasputin seduziu ninguém menos do que a imperatriz de todas as Rússias, a czarina Alexandra Romanov. Verdade que a czarina era-lhe grata porque ele, com seus presumíveis poderes mentais, salvara a vida do filho dela, que sofria de hemofilia. Mas os poderes corporais de Rasputin também encantavam a rainha e escandalizavam o reino.

Mas não queria falar do pênis de Rasputin, e sim do cérebro de Einstein, que também cometia prodígios.

Einstein era considerado o homem mais inteligente do mundo. Um Salomão do século 20. Essa fama, que, se vê, era justificada, fez com que o primeiro-ministro de Israel, Ben Gurion, fosse aos Estados Unidos e convidasse Einstein para se tornar presidente do seu país. Einstein recusou, o que é uma pena. Teria sido uma experiência maravilhosa.

Fico pensando no tanto que Einstein poderia ter feito de bom para Israel e todo o Oriente Médio, uma vez que ele era favorável à paz entre judeus e palestinos.

Que lástima, a recusa de Einstein!

Será que haveria no Brasil alguém com perfil minimamente parecido, para escolhermos como presidente? Hoje em dia, suspeito que não. Hoje em dia, os que se apresentam são tipos como Lula, um sujeito que, só porque é presidente, vai passar 111 finais de semana no sítio do amigo, leva a mulher e um caminhão de mudança, faz uma horta para ele, bota um barco no laguinho, promove reformas a seu gosto. Não. Presidentes desse gênero são inconvenientes.

Ou então os que se candidatam são tipos toscos como Bolsonaro, que fala gritando. Muito desagradável. Se o homem precisa gritar, é porque o conteúdo do que ele diz não é forte o suficiente para ser ouvido.

Quem seria o brasileiro ilibado, modesto, inteligente, trabalhador, discreto, competente e não vinculado a partidos políticos? Quem seria o nosso Einstein?

Pensei, pensei e só cheguei a um nome: Sergio Moro. Eis! Sergio Moro para presidente!

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