16 de fevereiro de 2016 | N° 18447
EM DIA | RODRIGO AZEVEDO*
HORA DE SE MEXER
Passado o Carnaval, é hora de refletir sobre o momento do Brasil. Vem a proposta de aumento de impostos, tema completamente conjuntural e uma disposição que não vai sanar incompetências. Neste caso não podemos ser expectadores neutros. Precisamos de uma solução melhor. O país colhe hoje o que foi plantado por omissão de gente capaz que se deixou levar por um idealismo insustentável e irresponsável. Nossos sistemas não funcionam e o barco vai a deriva exigindo mais combustível.
Não sabemos usar o capitalismo, que até a China aprendeu a usar. Ideologias o confundem com perversidade, mas o fato é que ele é que move o progresso. Em nosso caso, o governo honra suas contas com dinheiro emprestado, pagando juros exorbitantes, ao mesmo tempo em que cobra mais impostos, até mesmo do salário insuficiente de uma família pobre. O capitalismo promove a eficiência e o mérito, e teimamos em querer igualdade independente de esforço, com um Estado que gasta sempre mais do que arrecada. Não funciona.
Nosso sistema político é ruim. Estimula a multiplicação de partidos interessados nos cargos do Estado. Ele estimula a corrupção e coloca no poder gente que não agrega valor e, sim, busca a própria sustentação e a de suas corporações. Não funciona.
Já o sistema de educação não atende como recentemente demonstrou pesquisa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa). Nosso povo simplesmente não aprende mais a ler, a escrever e pensar cientificamente. E o que vem como proposta do MEC para aprimorar o sistema, parece que vai conseguir piorar as coisas com a preocupação de brindar as crianças com ensino de fundamentação totalmente ideológica. Não funciona.
De resto, colhemos ainda, depois disso tudo, os sistemas de segurança e de saúde pública em frangalhos, que também não funcionam. Diante disto, não é uma CPMF, ridículo imposto passível de existir só no Brasil, que vai resolver, mas sim uma forte mexida constitucional e uma reformulação total em nossos sistemas. Precisamos voltar a ser um país de verdade e, para isso, os omissos tem de entrar em campo e se mexer tendo como alternativa apenas pagar mais impostos e obter cada vez menos condições de se ter uma nação próspera.
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