quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016



11 de fevereiro de 2016 | N° 18442
EDITORIAL

OS NÚMEROS DO CRIME


Sob qualquer aspecto, são alarmantes os números da criminalidade no Rio Grande do Sul, especialmente o roubo de veículos, que se tornou uma prática comum para os criminosos e um risco à vida dos motoristas. 

De acordo com os dados oficiais, divulgados não por coincidência em meio ao Carnaval, quando a visibilidade é menor, mais de 18 mil veículos foram roubados em 2015, um recorde histórico. Significa que 18 mil pessoas (sem considerar a repetição) estiveram sob ameaça de arma ou violência física, sendo forçadas a entregar o veículo para delinquentes.

O latrocínio, nessas circunstâncias, é o mais temido dos crimes pelo cidadão comum, porque qualquer um, a qualquer momento, poder ser vítima de uma agressão que resulta em morte. Os exemplos se multiplicam, como o do episódio em que uma servidora pública foi morta, em São Leopoldo, na segunda-feira, diante da filha, porque tentou fugir ao ser abordada. 

Como repetem analistas de segurança, está muito fácil ser bandido, quando a atividade é o furto ou o roubo de veículos. Isso porque o ladrão sai às ruas com a encomenda e faz tudo, inclusive matar, e sem muitas dificuldades, para cumprir sua tarefa.

Uma soma de fatores contribui para o aumento de um crime que somente será reprimido quando os desmanches perderem o poder de funcionar como negócio criminoso. Nada justifica que até agora o governador do Estado não tenha cumprido promessa feita em novembro, quando sancionou a lei dos desmanches, que procura moralizar a atividade do setor. A lei, disse o chefe do Executivo, seria regulamentada logo. Não foi. Enquanto isso, os ladrões de automóveis continuam roubando e matando, sem que o Estado consiga oferecer respostas elementares a um cenário cada vez mais assustador.

Nenhum comentário: