29 de fevereiro de 2016 | N° 18460
MARCELO CARNEIRO DA CUNHA
UM DOCE LAR CERCADO DE ZUMBIS
The Walking Dead está de volta, e com ela volta a nossa sensação de que o mundo é um lugar para ser apreciado nos poucos instantes em que ele nos permite algum tipo de descontração. Alexandria, o lar doce lar transformado em zona de guerra, precisa de quem o defenda. Quem vai lutar pelo seu lar, doce lar, é a questão. E a resposta é, nessa metade de temporada, todos.
Até agora havia essa dúvida. Os mauzinhos sobreviventes, Rick Grimes e sua gangue, ou os Alexandrinos bonzinhos e incapazes de se defender com a violência necessária? Quem seria a salvação do paraíso perdido e invadido por zumbis? O paralelo aqui parece claro. Rick e turma representam os Republicanos, os lobos do homem. Os Alexandrinos são Democratas até os dentes, sempre pensando em coisinhas como direitos humanos e igualdade, quando o momento pede mesmo é um bom tacape. TWD é paródia da política americana, ora vejam.
O que vemos é a união de todos na hora do tacape, e tacape é o que eles soltam à mancheia, no maior festival de zumbis sendo desconstruídos por humanos desde que surgiu TWD, com direito a uma grand finale com a utilização de bazucas. A Batalha de Alexandria é medieval, os humanos precisam retornar ao passado para terem algum futuro, e só a violência constrói. Os humanos, pra nossa sorte, vencem. Se não gostamos dos métodos, aprovamos o resultado. Agora, todos unidos, eles vão viver algum futuro, por algum tempo, o que é mais ou menos o que se pode esperar de um mundo apocalíptico que preste.
A temporada nos surpreende (über spoiler agora), com Michonne e Rick criando um momento beleza entre dois seres muito iguais. Rick e Daryl saem pelo mundo na procura de mantimentos, e encontram, ora vejam, Jesus. TWD, caros leitores, está sendo mais ela mesma do que nunca. Por isso mesmo, grudem, e não desgrudem.
Fica a dica.
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