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sábado, 23 de outubro de 2010
24 de outubro de 2010 | N° 16498
PAULO SANT’ANA
Tudo é questão de gosto
Esses dias, escrevi uma coluna sobre as pernas de apresentadoras de televisão e outras artistas, que afirmei estavam engrossando.
E afirmei que pernas grossas de mulheres não eram o padrão clássico, além de não ser o talante do meu agrado.
Foi um deus nos acuda de tantos e-mails que recebi, protestativos e reprovadores, além de alguns conterem até agressividade.
As mulheres de pernas grossas entraram em regime de sublevação contra mim.
Isto tudo é uma bobagem e é uma questão de gosto. Há homens que gostam de pernas finas de mulheres e outros adoram pernas grossas.
Há homens que gostam de mulheres altas e outros de mulheres baixas.
Tenho um amigo de quase dois metros de altura que se casou três vezes e em todas elas casou-se com mulheres baixinhas.
Tudo é uma questão de gosto, repito: uma vez escrevi que havia incrivelmente homens que gostavam de churrasco magro e de mulher gorda.
Tudo pelo meu preconceito: eu adoro churrasco gordo e gosto de mulheres magras. Mas isto sou eu. Tem muita gente que pensa o contrário.
É que eu fico me imaginando na alcova com uma mulher de pernas grossas. E imagino mais ainda a mão de obra que vou ter de fazer para levantar aqueles dois moirões. Sabem como é, nos jogos de amor a gente é obrigado a lidar com as pernas da(do) parceira(o). E eu não sou guindaste.
Entre os moirões e os gravetos, eu prefiro os gravetos.
Há homens que gostam de mulheres de unhas dos pés e das mãos sem pintura. Eu já gosto dos 20 dedos pintados de esmalte colorido.
Há homens que preferem mulheres discretas e silentes. Há outros homens que escolhem as mulheres verborrágicas e espalhafatosas. É tudo uma questão de gosto.
Eu ouvi com estes ouvidos precários, esses dias, num bar, um homem dizer que pretende se casar. Mas, como faz regime sempre e detesta engordar, vai procurar uma noiva que não saiba cozinhar e assim o livre do pantagruelismo.
Tem homem que gosta de loira, outros de morena. Há preferências que alcançam até mesmo as mulatas e as ruivas.
Esses fetiches chegam a um ponto, que há homens que só namoram ou se casam com mulheres de óculos.
Há homens que gostam de mulheres de cintura fina. Há outros que gostam de mulheres de bitola larga.
Exemplo dessas condutas maníacas: o meu amigo Paulo Di Nardo tem um amigo que se divorciou duas vezes e agora andava procurando uma mulher, a provável terceira, que soubesse dirigir. Ele nunca conseguiu aprender a dirigir.
Eu conheci o cara e vi que ele andava procurando essa terceira mulher numa agência de casamentos.
“Mas como?”, perguntei eu. “Se está procurando uma mulher que saiba dirigir, não tem de procurá-la em uma agência de casamentos, e sim num Centro de Formação de Condutores”, aconselhei-o eu.
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