sexta-feira, 22 de outubro de 2010



22 de outubro de 2010 | N° 16496
PAULO SANT’ANA


Confusão no táxi

Dou barrigada de risos quando ouço autoridades e outras pessoas exortarem os motoristas em geral a deixarem seus carros nas garagens e usarem o transporte coletivo, com a finalidade de evitar os engarrafamentos.

Olhem o que me aconteceu a respeito ontem: telefonei para um radiotáxi e pedi um táxi no meu endereço, Rua Estácio de Sá, número tal.

Ou a operadora mandou o táxi me buscar na Rua Estácio Pessoa, ou o motorista entendeu mal e se tocou para a Rua Estácio Pessoa, distante 10 quilômetros da minha rua, Estácio de Sá.

A confusão estava formada e eu indignado. Eu tinha uma consulta marcada com médico às 14h. Por isso, telefonei às 13h29min.

Terminou o motorista me apanhando às 13h55min e eu perdendo a consulta com o médico, daí que eu fosse chegar ao consultório, com todo o engarrafamento que anda por aí, chegaria uns 20 minutos atrasado, e tchau consulta.

O motorista, que foi saber do erro bem mais tarde e corrigiu sem tempo o seu trajeto, me jurava dentro do táxi que o erro não tinha sido dele. Que o mandaram mesmo para a Rua Estácio Pessoa.

Ora a Estácio Pessoa fica lá para os lados do Cristo Redentor e a minha rua, Estácio de Sá, está situada na frente do Iguatemi.

Eu explodia de raiva dentro do táxi. Ameacei que ia destruir com a empresa de radiotáxi, que ia fazer isso e aquilo, pobres dos que me causaram aquele dano.

Um táxi que normalmente leva até quatro minutos para me atender, levou 26 minutos.

Disse-me a radiotáxi que o motorista que me levou tem 15 anos de trabalho e ficha limpíssima durante todo esse tempo. Mas que foi ele, o taxista, quem entendeu mal o nome da rua.

O dono da radiotáxi telefonou-me e espichou-se em desculpas, falou do azar de isso acontecer logo comigo, quando respondi que mesmo que não fosse comigo, seria um desrespeito com qualquer usuário que não escreva em jornal.

Vim para Zero Hora com o firme propósito, dada minha exaltada irritação, de publicar hoje em minha coluna o nome da radiotáxi que cometeu o engano e o número de chamada do seu telefone.

Sentei nesta cadeira e pensei melhor: tenho, como jornalista, a responsabilidade de não desgraçar qualquer pessoa ou empresa com um simples escrito meu.

Por isso, prudência a que me atiro depois de profundas reflexões, não estou publicando nem o nome da radiotáxi nem o nome de sua operadora nem o nome do taxista.

Não quero e não devo expô-los ao opróbrio público, com consequentes e irreparáveis prejuízos.

Perguntei ao dono da radiotáxi se eram frequentes esses incidentes com sua empresa.

Ele me disse que não, que os problemas mais frequentes na sua lida se referiam ao modo rude, destemperado e agressivo com que os motoristas de táxi tratam os passageiros de corridas curtas. Eles ficam fulos e maltratam os passageiros de corridas pequenas.

O que é uma estupidez, porque a bandeirada é feita exatamente para compensar os motoristas das corridas pequenas.

De qualquer sorte, está longe o dia em que poderemos deixar nossos carros nas garagens e obter excelentes serviços dos táxis e dos ônibus aqui na nossa cidade.

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