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quinta-feira, 6 de novembro de 2008
06 de novembro de 2008
N° 15781 - RICARDO SILVESTRIN
A foto
Estávamos eu, Ziraldo e Fausto Wolf no último Fórum Social Mundial em Porto Alegre, três anos atrás. Começaria dali a pouco a abertura, com palestra do lingüista e pensador americano Noam Chomsky.
Fausto chamou Ziraldo e disse-lhe que tinha sido o tradutor do último livro do Chomsky no Brasil. Estava por dentro de tudo o que o americano andava pensando.
Propôs que tentassem entrevistá-lo para colocar na próxima edição do Pasquim 21. Se não conseguissem, o mais importante era tirar uma foto com Chomsky, pois a matéria Fausto faria.
Subi com os dois até o salão onde ocorreria a abertura do Fórum Social Mundial. Chegando lá, conseguiram entrar e me botar pra dentro junto, driblando a obrigatoriedade de crachás e outras formalidades. Afinal, éramos da imprensa.
Infiltraram-se na fileira da frente, das autoridades. Quem iria barrar o Ziraldo, o Fausto Wolf e... eu? Bem, eu estava junto... Cumprimentaram o governador, o prefeito e sentaram ao lado do Chomsky.
Fausto se apresentou, disse que era o tradutor do livro dele no Brasil. Pediu se poderiam fazer uma foto. Ziraldo lembrou que não tinham máquina. Pediu para uma pessoa que estava por ali para tirar e depois mandar por e-mail.
Após a foto, Fausto falou que seria mais legal ainda se Chomsky estivesse segurando um exemplar do Pasquim. Ziraldo, com seus 70 anos e disposição de guri, desceu os três andares do prédio da PUC e, rapidamente, voltou com o Pasquim. Retornaram à fila das autoridades, falaram novamente com o lingüista, pediram para o fotógrafo fazer o favor de clicá-los novamente.
Duas semanas depois, estavam com a foto na capa do Pasquim 21 e uma excelente matéria. Ainda nesse dia, numa rápida conversa, Fausto Wolf me disse que o fundamental no jornalismo é saber falar do que realmente interessa. Essa foi praticamente toda a minha convivência com ele.
Esse espírito de rebeldia, de não se tolher perante as formalidades, vivenciado na prática junto com Wolf e com Ziraldo, foi para mim uma experiência rara e inspiradora.
Fausto Wolf morreu há pouco. Mas viveu de verdade.
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