quinta-feira, 20 de novembro de 2008



20 de novembro de 2008
N° 15795 - PAULO SANT’ANA


Pontal e aposentados

O mais sensato no momento em que se discute se o prefeito José Fogaça deve sancionar ou vetar o projeto da construção de um complexo arquitetônico na Ponta do Melo, o chamado Pontal do Estaleiro, é que se devolva à Câmara de Vereadores a iniciativa, com o veto ao projeto, para que seja mais amplamente discutido pela sociedade organizada.

Parece ser muito convincente a tese levantada por alguns setores citadinos de que o Pontal do Estaleiro deva ser incluído num projeto amplo e abrangente sobre a real vocação da orla do Guaíba em vez de ser isoladamente instituído.

Em seguida, nos próximos dias, ingressará na Câmara de Vereadores um projeto arquitetônico análogo ao do Pontal do Estaleiro, pelo qual será proposta a construção de várias torres de prédios comerciais na orla do Guaíba, por parte do Sport Club Internacional, que pretende erguer esses edifícios em torno da área do seu estádio que se delimita com o Guaíba.

Parece claro que se deva juntar o Pontal do Estaleiro com o projeto do S.C. Internacional, quando toda a política de urbanização da orla do Guaíba deverá então ser fartamente discutida por todos os setores da sociedade, inclusive os ambientais, sem o emocionalismo desgastante das apreciações de cada projeto por vez, além da falta de sintonia entre um e outro, com o que proporciona o distúrbio dos interesses a granel.

Se assim a orla do Guaíba começa a ser atração para as construtoras, que as edificações futuras nelas inseridas sejam constantes de um projeto só, entrelaçado em ideologia arquitetônica única, sem os retalhos das polêmicas individualmente cansativas e ressentidas.

Além disso tudo, a melhor informação vinda ontem da prefeitura dava conta de que o prefeito não iria sancionar um projeto cuja aprovação está sob investigação do Ministério Público.

Não tem explicação que o presidente Lula da Silva sancione a cada ano que passa um reajuste dos aposentados do INSS em percentagem que significa apenas cerca da metade do reajuste dado ao salário mínimo.

Fica escandalosamente degradado desta forma o reajuste aos aposentados. Ano a ano se exaure o poder de compra dos aposentados.

De seis anos, tempo que Lula governa, até mais outros seis anos, aposentados que ganhavam o correspondente a 10 ou oito salários mínimos perceberão três a quatro salários mínimos.

E em 15 anos se chegará à brutalidade social de que todos os aposentados ganharão apenas um salário mínimo.

Como é que, sendo ex-trabalhador e atual aposentado, o presidente permite tal chacina nos proventos dos velhos que vão morrendo à míngua de reajustes.

Lula não poderia de forma alguma, como parece que se apresta a fazer, vetar os projetos do senador Paulo Paim que visam a reparar os danos sofridos pelos aposentados.

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