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segunda-feira, 5 de maio de 2008
A última refeição
Melanie Dunea, fotógrafa norte-americana, perguntou a alguns dos maiores chefs do mundo o que comeriam se soubessem que se trataria de sua última refeição.
As respostas não me surpreenderam. No livro que resultou da pesquisa, a maior parte dos cooks preferiu pratos triviais, regionais e que lembrassem momentos importantes, tempos de infância e comidas da mãe. Menos caviar, ostras, trufas, foie gras ou escargots. Mais espaguete, tomate picado com manjericão, peixe e rosbife.
Um terço falou da comida da mamãe. Achei pouco, até. Na internet, pesquisas sobre o assunto apontam resultado parecido: muitos escolheram pizza, torta de chocolate, filé com fritas, churrasco e outras ceias ligadas a Natal, Ano-novo e momentos inesquecíveis.
As últimas refeições dos condenados à morte nos Estados Unidos, na maioria, foram compostas de carnes bem-temperadas, batatas, torradas com alho, cebolas e tomates fritos, ovos, bacon, sorvete, chocolate e outras coisas saborosas.
Acho que se fosse feita uma pesquisa em nível nacional, os brasileiros iriam citar feijão com arroz, bife com batatas e ovos fritos, carne de sol, churrasco, leitão à pururuca, feijoada, tutu à mineira, baião de dois, vatapá, quindim, cocada, baba-de-moça, peixes da Amazônia, barreado e outras delícias de nossa culinária.
Deu para ver que quase ninguém comeria, na última ceia, frutas, verduras, cereais, pães de centeio, iogurte, açaí, sucos de beterraba com cenoura e outras saudáveis e equilibradas iguarias.
De minha parte, antes mesmo de andar por vários lugares do mundo e de viver cinqüenta e quatro anos e alguns meses, ainda piá elegi minha refeição predileta. Antipasto: pão colonial (feito no forno de tijolos) com queijo, salame, copa e manteiga.
Primo piatto: sopa de cappelleti feita na colônia pela nonna, com massa e recheio à base de ovos e carne de galinha caipira e noz moscada suficiente. O caldo de galinha deve ter "olhinhos" de gordura (co i occi). Secondo piatto: galletto al primo canto bem-temperado com vinhos e ervas, especialmente sálvia e alho. Pele crocante, carne se desprendendo quase sozinha dos ossinhos.
Polenta brustolada crocante por fora e mole por dentro; radicci (folhas grandes) com baccon e spaghetti al sugo; salada de batata com maionese caseira (feita com ovos de galinha caipira) e tortéi. Vinho tinto (pode ser da casa, chateau de jarrier), água mineral e, de sobremesa, sagu com creme de leite, licor de bergamota e um litro de chá de camomila.
Última ceia, mãe, pai, colinas verdejantes, Bento Gonçalves, domingo de manhã com missa - Dormonid, almoços familiares; domingo de tarde com Tarzan ou Gordo e Magro e segunda de manhã com os pés brincando na geada, a caminho da escola, para assistir às aulas da professora Adyles Ros de Souza, que gostava de galletto, de contar histórias e de dizer que eu sabia escrever redações. Tudo a ver. (Jaime Cimenti)
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