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quarta-feira, 7 de maio de 2008
07 de maio de 2008 | N° 15594
Paulo Sant'ana
O fim das carroças
O colega Mário Marcos de Souza, aqui de Zero Hora, é uma pessoa preocupada sempre com os problemas sociais.
Ontem ele me procurou dizendo-me que está em trâmite na Câmara de Vereadores um projeto que pretende extinguir as carroças em Porto Alegre.
O Mário se comove com a sorte dos milhares de carroceiros da cidade, que vão ficar sem atividade, tornando-se ociosos ou mergulhando na marginalidade e jogando suas famílias na miséria deplorável.
Segundo o Mário, os carroceiros nada mais são que fruto da desigualdade social que se instala entre nós.
E o meu colega me pede que eu defenda os carroceiros em minha coluna.
E eu defendo, mesmo sabendo que não agrado tanto aos que se impacientam com as carroças lentas no trânsito quanto aos que entendem que as carroças no trânsito só servem para os maus-tratos aos animais.
Mas é interessante que um projeto preveja que em oito anos desaparecerão os carroceiros da cidade. Data marcada para a extinção de um meio de transporte que é utilizado em Porto Alegre há séculos, praticamente desde a fundação de nossa Capital.
Então, eu pergunto descontraidamente: com a extinção das carroças com prazo marcado, para daqui a oito anos, não se estará decretando a Lei do Ventre Livre para os cavalos?
Sem carroças, os cavalos não terão mais utilidade. Terão esses cavalos que vão nascer daqui a oito anos uma vida mais mansa ou mais sacrificada que a que têm agora? Ou não nascerão mais cavalos destinados a carroças, com o que se conseguirá só assim acabar com as carroças?
Certamente os nossos vereadores, se forem aprovar o projeto, darão destinação social digna aos carroceiros e seus familiares.
E também uma sucessão de sobrevivência adequada aos animais. Porque os cavalos têm sido até agora, pelas carroças, o único meio de tração animal válido em Porto Alegre: ao contrário de outros sítios e cidades importantes por onde andei, aqui em nossa cidade não são alugados cavalos para montaria em nossos parques.
E esses cavalos de aluguel para turistas e visitantes não são maltratados. Pelo contrário, eles só são requisitados por quem os aluga se estiverem limpos e bem alimentados.
Por que os vereadores não cuidam disso? Ou seja, conceder licenças a permissionários que poderão alugar cavalos de montaria nos parques e nos arredores de Porto Alegre.
É uma excelente idéia. Pelo menos, esse brutal avanço de concreto e asfalto na cidade seria temperado pela vida animal, pelos cavalos de montaria em aluguel, uma forma de nos aproximarmos da natureza animal no meio urbano.
O que eu desejo evitar é o desaparecimento da vida animal na cidade. Porque eu sinto uma aflição quando vejo pássaros em cativeiro em Porto Alegre.
E cada vez mais se torna problemática a criação de cães na cidade, principalmente porque eles vão se tornando cada vez mais indesejáveis nos condomínios de uma cidade que está virando apenas em prédios de apartamentos.
E com o desaparecimento das carroças, vai-se para sempre o cavalo.
E esta cidade já se caracterizou na sua paisagem pelo cavalo, nas charretes, nas carroças, nas carruagens. Até puxados por burros eram os bondes até o início do século passado. E os barris de água para o consumo da população eram transportados por burros ou cavalos.
Eu queria preservar os animais na vida urbana. Desde que, é claro, fossem coibidos os donos de animais que os maltratassem.
Se não se pensar nos animais, haverá um dia em que não terá mais lugar para eles entre os homens.
Trava-se amanhã na Associação dos Oficiais da Brigada Militar uma eleição para a nova diretoria.
Entre todos os candidatos dignos e competentes, figuram os meus amigos coronéis Ibes Carlos Pacheco, concorrendo à presidência, e José Carlos Riccardi Guimarães, que disputa vaga no Conselho Deliberativo.
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