sexta-feira, 4 de junho de 2021


04 DE JUNHO DE 2021
+ ECONOMIA

Negócios de futuro Inglês, a dor que criou um negócio

Uma startup de ensino de línguas está desembarcando no Estado a bordo de uma história pessoal de superação. Criada pelo economista e empreendedor social Gustavo Fuga, a 4you2 Idiomas acaba de abrir sua primeira unidade em Porto Alegre, na Avenida Assis Brasil, 3.759, perto da casa onde Fuga morou com sua família.

Nascido no subúrbio do Rio de Janeiro, o empreendedor foi aprovado na graduação de Economia na Universidade de São Paulo (USP) sem nunca ter estudado um idioma estrangeiro. Seu negócio foi baseado na dificuldade de acesso ao ensino de línguas. À coluna, Fuga detalhou que planeja abrir, no mínimo, 20 unidades em Porto Alegre:

- Morei aqui na infância, conheço a região e fiz amigos.

Durante a graduação, Fuga sentiu a necessidade de aprender inglês para dar conta do material didático indicado. Também começou a hospedar estrangeiros, constatando que o convívio ajudava a aprender o idioma. A vivência inspirou a criação da startup em que estrangeiros ensinam inglês:

- Abri a primeira escola em São Paulo, no bairro Capão Redondo, região periférica e populosa. O início não foi fácil, tinha muita vontade mas ainda estava testando - relata.

A 4You2 (significa "para você também") tem 17 unidades em São Paulo, Minas Gerais, Maranhão, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraíba. A mensalidade mínima é de R$ 79. Segundo Fuga, para permitir preço menor do que outros cursos, investiu em mão de obra estrangeira e tecnologia:

- Temos bons professores no Brasil, mas cobram caro, por serem poucos. Criamos uma espécie de intercâmbio invertido, trazendo profissionais de fora. É um negócio de impacto social, ou seja, precisa gerar lucro, mas não é uma empresa tradicional.

Desde o início, a empresa já intermediou o intercâmbio de 600 estrangeiros. Atualmente, há lista de espera de interessados em vir para o Brasil, diz Fuga. A empresa também importou o modelo de franquia de impacto, na qual os franqueados se tornam empreendedores sociais:

- Nosso papel é dar ferramentas. O mundo dos negócios e o do impacto social não podem mais andar separados. O empreendedorismo social já foi alvo de comentários como ?que bonito, observem esses novos empreendedores, brincando com projetos sociais?. Nos últimos anos, começou a mudar. A cabeça de alguns empresários funciona assim: ?aqui é onde ganho meu dinheiro, ali é onde faço caridade?. Não tem problema pensar assim, mas o mundo está mudando.

A startup busca parceria com empresários para atender ao público que não tem renda nenhuma - o que já é feito no Rio Grande do Sul:

- É uma troca. A empresa dá o curso a seus funcionários e, a cada matrícula, a 4you2 oferece uma bolsa para quem não pode bancar.

MARTA SFREDO

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