segunda-feira, 21 de junho de 2021


21 DE JUNHO DE 2021
+ ECONOMIA

Respostas Capitais | Além de comprar 70 lojas, Colombo prepara 17 novas

Eduardo colombo
Vice-presidente da Lojas Colombo

A compra de uma rede de varejo catarinense, a Feirão de Móveis, pela gaúcha Lojas Colombo surpreendeu, porque muitos negócios ainda se equilibram dos altos e baixos da pandemia. Vice-presidente, Eduardo Colombo avisa que há outros planos de expansão, com 17 lojas. Trabalha com o fundador, o avô Adelino, que segue na presidência do conselho. Conta que, em visita recente do avô à sede em Farroupilha, onde o aquecimento fica desligado por protocolo sanitário, fez o gesto de buscar uma estufa. Foi impedido por Adelino com a objeção "ou tem para todos ou não tem para ninguém". Agora, Eduardo vai distribuir mantas e liberar o uso de pantufas no trabalho. A Colombo já tinha 4 mil funcionários e somará 600 da Feirão de Móveis.

Como foram os preparativos?

Foram 63 dias de negociação. Estávamos pensando em crescimento orgânico (sem aquisições) em Santa Catarina. Nossa operação é muito robusta no Rio Grande do Sul e no Paraná, mas em SC estávamos aquém do potencial. O plano era construir um centro de distribuição. A pandemia acelerou um processo já planejado. Consolidamos um CD no Espírito Santo, que atende a boa parte do e-commerce no Sudeste. Entendemos que seria hora de dar esse passo mais voltado para o mundo físico. São 70 lojas, algumas coincidem com as nossas, mas vamos manter, dentro do possível. Tem mercado para isso. Em Santa Catarina, o clima é diferente, lá tudo está crescendo.

Qual é a estratégia?

É fortalecer a rede fisicamente nos três Estados do Sul. Não temos intenção de expandir fisicamente para São Paulo, como no passado. No resto do país, vamos expandir via e-commerce. Essa é a estratégia de ser empresa de nível nacional. Nas venda online, a maior participação é do Rio Grande do Sul, mas o segundo lugar é São Paulo, capital. Depois, vêm Paraná, Minas, Rio e Espírito Santo. A fatia do Nordeste vem crescendo, já está em 6% sem a gente fazer nada lá. Estamos estudando um centro de distribuição em Recife (PE).

Haverá outras aquisições?

Agora precisamos estruturar bem essa. Mas, dentro do possível e do momento adequado, vamos estudar, sim, outras alternativas.

Qual o valor, e como será pago?

O valor é confidencial, não só por nós, mas para respeitar o outro lado. Estamos usando basicamente recursos próprios. Nos dois últimos anos, mudou muito a governança da empresa, conseguimos crescer, fazer resultado. A Colombo ficou em situação superavitária. Isso deu um pouco mais de confiança para arriscar e investir nesse negócio.

Como estão as outras áreas?

Acabei de ser cobrado pelo presidente do conselho (risos) sobre a expansão da Colombo Casa Pet. Temos planos de prospectar 12 cidades, a maioria no Rio Grande do Sul, mas quatro em Santa Catarina. É um negócio que está operando há um ano e indo muito bem. Também vamos fazer a expansão da Colombo Cred, temos mapeadas cinco cidades, todas no RS.

Como a empresa sustenta todas essas frentes?

Nossos movimentos de tecnologia ajudaram muito, mas o principal fator é o humano. O poder de engajamento e comprometimento da equipe foi tão grande que às vezes me impressiono e até me comovo. Temos uma equipe espetacular, na diretoria e em todos os níveis. Conseguimos fazer um novo modelo de gestão, mais participativo, que tornou a empresa mais veloz.

Há algum negócio novo?

A Colombo Tech é nossa caçula. Ainda não falamos muito publicamente, mas temos uma área de TI robusta, que desenvolveu soluções para a empresa que também servem a outros varejistas. Já temos clientes de esfera nacional, inclusive de outros segmentos.

Há problemas a resolver?

Ainda há dificuldade em lojas de shopping centers. Não conseguimos adequar os custos. Houve queda acentuada no movimento nos shoppings. Seria muito forte dizer que vamos sair de todos, mas, como temos de adequar, vamos acabar saindo de alguns.

MARTA SFREDO

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