terça-feira, 7 de julho de 2020


07 DE JULHO DE 2020
RBS BRASÍLIA

Máscara da discórdia


Os vetos absurdos de Jair Bolsonaro à lei do uso de máscaras terão pouco efeito na prática. O que vale é a regra do combate à pandemia de Estados e municípios, em especial quando mais rigorosa. Mas existe um simbolismo por trás da decisão do presidente da República, um sinal trocado que complica ainda mais as ações de controle. Quando derruba a obrigação do uso da proteção em templos religiosos, nas dependências das lojas ou em presídios, ele coloca em dúvida o que pregam as autoridades sanitárias. Para completar, o Planalto também eliminou a necessidade de investir em propagandas institucionais que ensinem o uso correto da proteção. O próprio presidente Bolsonaro já circulou pelas ruas da capital federal com o rosto descoberto. Iniciativa que jamais deveria servir de exemplo. 

Deixar de proteger a boca e o nariz, no auge de uma pandemia, não pode ser encarado como um ato político. É só ignorância e falta de respeito com o próximo. Ao comentar uma notícia falsa, em que um médico afirma que a utilização da máscara faz mal à saúde, o doutor Drauzio Varella afirmou ao Timeline, na Rádio Gaúcha: "Há imbecis em todas as profissões". Quanto aos vetos de Bolsonaro à lei, deverão ser derrubados no Congresso.

Dias depois, sintomas de Covid

Com febre e 96% de taxa de oxigenação no sangue, o presidente Bolsonaro cancelou a agenda da semana. Ele mesmo contou que iria fazer o teste do coronavírus e já estava tomando hidroxicloroquina. Os sintomas apareceram dois dias depois da viagem a Santa Catarina, onde ele se encontrou com políticos e distribuiu apertos de mão. Na foto, o cumprimento à vice-governadora Daniela Cristina Reinehr. Dias antes do evento em Florianópolis, Daniela fez o exame para covid-19 e informou que testou negativo.

Política de preços

A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) pediu ao Ministério da Saúde que promova uma ata de preços para insumos utilizados no combate ao coronavírus. Seria uma regulação do mercado, evitando abusos de quem vende e de quem compra. O presidente da CMN, Glademir Aroldi, disse à coluna que há o temor de uma enxurrada de processos contra os prefeitos, em razão dos valores pagos por esses produtos.

CAROLINA BAHIA

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