sexta-feira, 4 de janeiro de 2013


Jaime Cimenti

Viagem gostosa pela culinária gaúcha

Os indígenas que habitaram inicialmente o Rio Grande do Sul alimentavam-se de peixes, mariscos, animais de caça, frutas e brotos das matas. Com a chegada dos espanhóis e portugueses vieram o churrasco, o charque, o feijão, as batatas e alguns outros elementos básicos de nossa culinária. Com a vinda dos imigrantes alemães, italianos, japoneses, entre outros, nossa mesa foi ficando mais variada, e o churrasco de rês passou a contar com a companhia do salsichão, do galeto, da maionese, da polenta, das carnes de porco e outras gostosuras.

Lá por 1935, época da comemoração da Revolução Farroupilha, começaram a surgir as churrascarias em Porto Alegre e em outros pontos do Estado. Nas últimas décadas, na Capital e no Interior, houve uma sofisticação na gastronomia rio-grandense, com inspiração, muitas vezes, em nossos pratos históricos, como a picanha, o cordeiro, a abóbora, o aipim, o pinhão e outros elementos típicos.

A mesa do gaúcho - sabor e tradição de um povo apaixonado por sua terra, do engenheiro, construtor e ex-presidente do Grêmio Náutico União Carlos Alberto Pippi da Motta - igualmente gourmet e chef -, revela, com belos textos, magníficas fotos e apetitosas receitas, muito das nossas tradições, especialmente na área da gastronomia. Os leitores vão saber sobre chimarrão, churrasco, vinhos, doces e alimentos de todas as querências.

 Nas páginas finais estão receitas de integrantes da Confraria da Construção Civil. Pippi da Motta, Cleo Almeida, Dante Arioli, Ademir Cardoso, Paulo Garcia, Milton Melnick, Jorge de Jesus, Mário Pocztaruk e Carlos Alberto Aita, entre outros, trazem receitas de puchero, mondongo, arroz com pinhão, risoto de cordeiro, sagu, ambrósia de forno, picanha com molho de shitake e outras delícias.

Dá vontade de comer o livro, de tão colorido e suculento. Da leitura da obra resta uma reflexão interessante: nós, gaúchos, somos bastante divididos, cultivamos divergências, mas, vamos combinar, na hora da boa mesa não há maiores problemas. Basta que os alimentos, as receitas e os amigos sejam de ótima qualidade, e aí não há discussão.

A mesa do gaúcho é plural, democrática, saborosa, rica e está sempre pronta para receber os amigos. Comer e dormir seguem sendo a segunda e a terceira coisa mais importantes da vida, especialmente para os rio-grandenses. A mesa do gaúcho, 152 páginas, Confraria da Construção, telefone (51) 9963-5205.
Jaime Cimenti

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