Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
sábado, 5 de março de 2011
06 de março de 2011 | N° 16631
LUTO NO CARNAVAL
Desespero no oeste catarinense
Seria um final de semana para reencontrar parentes e amigos e praticar o esporte preferido de um grupo de bolão de Santo Cristo, no noroeste gaúcho. A viagem para o Paraná, no entanto, terminou no meio do caminho, às 3h de sábado, quando um caminhão carregado com madeira bateu de frente no ônibus que transportava 44 passageiros. Pelo menos 26 pessoas perderam a vida na colisão ocorrida na BR-282, em Descanso (SC).
Era uma viagem para reencontrar amigos e parentes que foram morar no Paraná, mas, acima de tudo, para manter uma tradição que unia a todos: a paixão pelo bolão. Mas o fim de semana de confraternização e esporte se transformou em uma tragédia que atingiu em cheio a localidade de Linha Salto, na zona rural de Santo Cristo, no noroeste gaúcho.
O ônibus que levava um grupo de desportistas da comunidade até Marechal Cândido Rondon (PR) colidiu contra um caminhão, provocando a morte de 26 pessoas. O acidente aconteceu no km 639 da rodovia Chapecó-São Miguel do Oeste (BR-282), a nove quilômetros do local de outra tragédia, em 2007, quando 27 pessoas morreram.
A carreta bitrem (com dois reboques acoplados), com placas de Pelotas, carregada com tábuas de madeira, bateu de frente contra o ônibus de turismo da empresa Nyland, de Horizontina. O choque aconteceu por volta das 3h no município de Descanso, próximo a São Miguel do Oeste, distante 340 quilômetros de Santo Cristo.
A maior parte dos mortos integrava o Esporte Clube Tiradentes, que seguia para o município paranaense para participar de amistosos no sábado. No domingo, o grupo – composto também por familiares e dirigentes– iria à cidade vizinha de Pato Bragado, também para jogar partidas amistosas de bolão com um clube local.
Conforme a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o motorista da carreta, Fernando Zanetti Furtado, 29 anos, que também morreu, perdeu o controle do veículo em um declive por razão desconhecida. O caminhão tombou e se arrastou por 45 metros sobre o asfalto. Desgovernada, a carreta avançou sobre a pista contrária colidindo no ônibus.
Peritos estiveram no local para apurar o que causou o tombamento da carreta. Ivo Silveira, chefe da Delegacia da PRF, em Chapecó, afirmou que, apesar de sinuosa, a pista estava em ótimas condições, bem sinalizada, com asfalto recém-recapeado e o tempo seco, sem neblina ou chuvisco.
– Foi uma fatalidade, assim como em 2007 – lamentou Silveira.
Com a batida, a carga de tábuas se soltou do caminhão e se projetou sobre a carroceria do ônibus, que transportava 44 passageiros e dois motoristas. Segundo a PRF, a violência da colisão teria matado na hora pelo menos 23 pessoas. Os feridos foram encaminhados aos hospitais Extremo Oeste Teresinha Gaio Basso e São Miguel, em São Miguel do Oeste. A BR-282 ficou completamente bloqueada por quase duas horas.
Passageiros dormiam na hora
Entre os sobreviventes, o sentimento de alívio se contrastava à agonia de não saber o destino de amigos e parentes. A auxiliar administrativa Senir Maria Loebens Schmidt, 27 anos, machucou a cabeça e teve vários hematomas, mas não corria risco. Ela sabia que o marido estava passando por cirurgia, mas não tinha mais informações dos demais familiares. O sogro e cunhados também estariam no ônibus.
– Eu estava dormindo. Lembro de ter escutado uma batida e acordei caída em um barranco. Ouvi pessoas gritando por socorro. Fui para a beira do asfalto, umas pessoas da localidade já tinham chamado o socorro, sentei e fiquei esperando até eles chegarem. É muito triste, estávamos indo para nos divertir e aconteceu isso. Acho que estou acordando do susto – relatou.
A notícia do acidente se espalhou por Santo Cristo pouco depois da colisão, causando desespero e pânico entre os moradores. Até o amanhecer deste sábado, o nome da maioria dos mortos e dos feridos ainda era desconhecido. Muitas famílias viajaram para São Miguel do Oeste no sábado sem saber se os parentes estavam vivos ou mortos.
Uma assistente social do Hospital Extremo Oeste, para onde foi levada a maioria dos feridos, foi designada para comunicar aos parentes, por telefone, o estado de saúde dos passageiros. Uma das preocupações dos funcionários do hospital era localizar os familiares de um menino de seis anos, sobrevivente, e que viajava com os pais. Até quatro horas após o acidente, eles ainda não tinham sido identificados.
*Participaram desta cobertura André Mags, Gustavo Azevedo, José Luís Costa e Sancler Ebert
DARCI DEBONA | Descanso (SC)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário