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sábado, 15 de novembro de 2008
15 de novembro de 2008
N° 15790 - PAULO SANT’ANA
Discutindo o pedágio
Ontem foi a posição da oposição aos pedágios, hoje é a visão de um deputado governista: “Caro Paulo Sant’Ana. O Rio Grande do Sul sempre pode contar que tem no mínimo dois importantes personagens que não falham:
esse bravo colunista, sempre atento a temas que interessam aos gaúchos e que proporciona, democraticamente, o livre trânsito das idéias; e o deputado estadual Elvino Bohn Gass, dotado de permanente disposição de desqualificar idéias diferentes das suas e decidida intenção de corromper o debate democrático.
Fico imaginando, caro Sant’Ana, qual seria o voto do deputado Bohn Gass se o atual governo estadual tivesse proposto à Assembléia o seguinte: a) manutenção dos contratos de concessão rodoviária; b) aumento de 36% em todas as tarifas de pedágio; c) redução da exigência de qualidade das estradas; d) reconhecimento de dívida para com as concessionárias (as credoras calculam que o valor atual ultrapasse R$ 1 bilhão);
e) dispensa de investimento em melhorias e ampliações; e, também importante: f) apenas oito dias para debater e votar proposições. E ainda fazendo com que usuários passassem a pagar parte do pedágio das empresas transportadoras.
Pois veja só, Sant’Ana, como são as coisas: exatamente esse total absurdo foi proposto em 2000 pelo governo petista, com apenas oito dias (14 a 21 de novembro) para debate. E o deputado Bohn Gass, muito satisfeito da vida, achou tão bom, que votou favoravelmente para que fosse tudo aprovado.
Mas a dívida, reconhecida por lei, não foi paga pela administração Olívio Dutra. O governo atual pensa diferente. A gestão da governadora Yeda Crusius quer que o Rio Grande cresça e se desenvolva. Isso não ocorrerá sem boas rodovias, tarifas razoáveis e estradas seguras, o que não se conseguirá sem novas e volumosas obras.
Ora, para cumprir isso, tem de zerar o passivo com concessionárias, elevar a exigência de qualidade das rodovias reduzindo o índice de irregularidade (IRI) de atuais 4,5 (o pior do Brasil) para 2,5 (o melhor do Brasil), investir em ampliações e melhorias em R$ 1 bilhão, garantir participação da comunidade com criação de conselhos de usuários, e, finalmente, fazer algo realmente novo: reduzir tarifas.
Caro Sant’Ana, ao contrário do governo do deputado Bohn Gass, o atual governo propõe com total clareza exatamente o que está exposto acima. Todos os deputados gaúchos receberam kits com totalidade de informações sobre o que está sendo proposto.
Hoje, o parlamento rio-grandense está suficientemente preparado para discutir o projeto, pois nos últimos 20 meses os deputados se ocuparam com debates na CPI dos Pedágios e na Comissão de Representação Externa para tratar das Estradas Gaúchas, suas Concessões e da Malha Rodoviária.
A repactuação de contratos é a forma responsável encontrada para desenvolver tudo isso e para que o Tesouro do Estado possa destinar recursos para outros investimentos, inclusive estradas, como, aliás, está devidamente registrado na proposta orçamentária remetida à Assembléia Legislativa.
E o deputado Bohn Gass vem aqui na tua coluna e não apenas diz que vai votar contra o projeto do governo como afirma, maliciosamente, que a proposta é ‘misteriosa’? Misteriosa é a intenção de quem aprovou pedágios mais caros e estradas piores e não quer que isso se modifique.
Na verdade, o deputado Bohn Gass, para derrotar o governo, está disposto a prejudicar a sociedade gaúcha. Grato, Sant’Ana e, também, a seus fiéis leitores, (ass.) deputado estadual Adilson Troca, PSDB”.
“Paulo Sant’Ana, gostaria que comentasse essa minha opinião sobre os pedágios. Por mais que já pagamos o IPVA e outros impostos incluídos nos combustíveis, é inadmissível hoje pensarmos em rodovias sem pedágios tendo em vista a crise financeira do Estado.
Contudo, gostaria que ligasse a este caminhoneiro que figurou em sua coluna e perguntasse se ele conhece o Pedágio Comunitário de Portão... com certeza não, pois esse realmente é viável a todos na medida que mantém a estrada, duplica a estrada, constrói trevos, rótulas, viadutos e ainda abastece o caixa único do Estado.
Eu inclusive estou disposto a começar um movimento aqui em Ipê para nos anteciparmos aos problemas, ou seja, nos organizarmos para instalarmos um pedágio comunitário junto à RS-122 entre o Trevo de Acesso a Antônio Prado e a BR-116 em Vacaria.
Este trecho está muito precário apesar de ter sido concluído em 2000. Na atual situação de nosso Estado é bem provável que os usuários irão clamar por melhoras e a única saída do governo Yeda será privatizar este trecho, por isso devemos nos antecipar para implantarmos um pedágio comunitário pois desta forma, em audiências públicas e com estudos preliminares juntamente com o Corede, definiremos localização, tarifas, metas de investimentos, etc.
Não sou a favor de cobrar novos impostos, taxas, tarifas, entretanto sou realista e corajoso o suficiente para encarar essa realidade que nos é imposta.
O que não podemos é nos acomodar e aguardar soluções interesseiras. Grato! (ass.)Flávio Pauletti, secretário municipal de Administração e Fazenda, prefeitura municipal de Ipê-RS”.
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