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quinta-feira, 13 de novembro de 2008
13 de novembro de 2008
N° 15788 - PAULO SANT’ANA
Duas visões sobre pedágio
Está na pauta gaúcha a renovação das concessões de pedágio no Estado.
Sempre fui contra os pedágios espoliadores, já escrevi inúmeras colunas contra as cobranças escorchantes de pedágios. As empresas concessionárias de pedágio no Rio Grande do Sul têm bem nítida a consciência de que em mim sempre encontraram um jornalista adversário dos seus interesses.
Dito isso, até mesmo para balizar posições, no entanto recebi um e-mail de um caminhoneiro que me deixou estonteado ontem.
O caminhoneiro se diz favorável aos pedágios: “Amigo Paulo Sant’Ana, sei que primas por salvar vidas, meu nome é (o nome dele estava escrito por extenso; ao lado, seu telefone celular), sou caminhoneiro, viajo numa carreta diariamente pelas estradas do RS e do Brasil, por isso apelo ao amigo que interceda pela prorrogação dos pedágios nas estradas do RS, pois só quem viaja por todas elas, pedagiadas ou não, sabe a necessidade da continuidade nas melhorias que necessitamos.
Está havendo uma politicagem de cada deputado por sua região eleitoral, esquecendo, na realidade, de quem viaja por todo o Estado a trabalho.
Estão comparando pedágios mais baratos no Brasil com os gaúchos, acontece que lá fora as estradas são construídas com o dinheiro público e entregues aos concessionários de pedágios, caso da Fernão Dias (SP) e da Régis Bittencourt (SP), que já estão duplicadas, cujas cobranças são de R$ 1, só que há trânsito 10 vezes maior nelas que nas rodovias do nosso Estado.
Esquecem que no Paraná, numa distância de 80 quilômetros, de Curitiba a Paranaguá, se pagam R$ 60 ou mais por caminhão só de ida, mais outro tanto de volta.
Por isso, peço ao amigo que se quiser me ligue, pois gostaria muito de convidá-lo para fazer uma viagem comigo como fez com um carroceiro para ver a realidade do que estou falando. Agradeço desde já sua atenção enviando um forte abraço colorado de um grande admirador seu”.
Fiquei estupefato. Porque todos os dias leio nos jornais que as entidades de transporte de cargas estão veementemente contrárias à renovação do contrato de pedágios no RS.
Como podia então um caminhoneiro ser a favor do pedágio?
Telefonei para ele, que me confirmou inteiramente o seu e-mail. Disse-me mais: que só quem viaja sabe como é tranqüilo pegar estradas pedagiadas. E acrescentou: “Estrada pedagiada é estrada boa, seu Sant’Ana”.
Foi aí que liguei para mais três caminhoneiros, que me transmitiram também a mesma sensação: todos favoráveis aos pedágios.
Caí duro para trás.
Só então fiquei sabendo de um fato muito importante dentro desta polêmica: os caminhoneiros saúdam os pedágios porque transitam por estradas boas, que tornam muito mais barata a manutenção de seus caminhões, além de viagens mais rápidas, o que lhes proporciona mais fretes.
Eles são autônomos. Assim, quem paga os pedágios não são eles. O dinheiro sai dos bolsos dos transportadores que os contratam para fazer o frete.
Mesmo sendo um antipedagista tradicional, no entanto, tenho a pretensão de ser justo e ético.
E nesse sentido informo à opinião pública gaúcha que os caminhoneiros adoram trafegar por estradas pedagiadas. Quem não gosta de pedágios são os transportadores que contratam os caminhoneiros.
Ou seja, quem usa as estradas pedagiadas não quer outra vida, está num paraíso. No caso, os caminhoneiros.
No entanto, quem paga o preço dos pedágios, no caso, as transportadoras, estas não querem ver as estradas pedagiadas nem vestidas de santos.
Informo isso aos leitores de minha coluna para que formem um juízo sobre a questão.
E o caminhoneiro que me escreveu me rogou insistentemente para que não publicasse seu nome e celular. Caso contrário, as transportadoras, que estão mobilizadas contra o pedágio, não lhe concederiam mais fretes.
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