Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
sábado, 8 de novembro de 2008
08 de novembro de 2008
N° 15783- PAULO SANT’ANA
Experiência própria
Uma negra me escreveu aproveitando-se da oportunidade da abordagem do assunto racismo em minhas colunas:
“Caro jornalista Paulo Sant’Ana. Quero agradecer pelas tuas crônicas sobre o racismo, veiculadas nesta semana no jornal Zero Hora. Envio-te um breve desabafo que procura analisar o assunto sob a ótica de alguém que sofre ‘na pele’ o mal do preconceito racial:
Não vou dizer que ser negra foi a razão para meus insucessos. Mas posso afirmar que contribuiu. Desde bebê, passei por situações que não teria passado se fosse branca. Resolvi tornar públicas minhas inquietações no exato momento em que um negro venceu o Campeonato de Fórmula-1 e outro foi eleito presidente dos Estados Unidos.
Artistas, atletas de outras modalidades que não o futebol e modelos venceram o preconceito, conseguindo sucesso na carreira. Porém, ainda há muito por fazer, ainda há muito chão para percorrer.
Hoje em dia é fácil encontrar uma revista ou um programa com negros. Mas quando eu era criança isso era raro. Cresci me achando feia, porque meu corpo não se enquadrava no padrão estético; este padrão era de pessoas brancas. Nos meios de comunicação, não apareciam negros; era como se nós não existíssemos.
Em menina, minha mãe mantinha meu indomável cabelo curtinho. Quando cresci, passei anos usando produtos para mantê-lo artificialmente liso. Uma tia prendia meu nariz com prendedor de roupa, para o afinar. Usei cores de maquiagem que não combinavam com o tom de minha pele, simplesmente porque não havia opções.
Além disso, tentava disfarçar minhas ancas largas e minhas nádegas protuberantes, próprias de mulheres negras, com blusas e calças largas. Enfim, eu tentava me embranquecer para ser aceita na sociedade. Por isso eu entendo o Michael Jackson e não o julgo.
Talvez, se eu tivesse seu poder aquisitivo, teria tentado modificar minha aparência; não para ficar mais bonita, mas para ser feliz. Como não tenho sua conta bancária, com o passar dos anos acabei me conformando.
A experiência me mostrou que ser negro não é só uma questão de cor da pele, mas de atitude; não adiantaria eu mudar por fora, se por dentro eu continuaria negra. Sim, porque ser negro não é só uma questão de melanina, mas de consciência. A gente passa por tanta coisa, que a cabeça fica diferente; eu posso afirmar isso por experiência própria, pois não sinto e vejo o mundo como uma pessoa branca. Simplesmente, não acontece. Grata pela atenção. (ass.) Maria José Silva Penny (http://penny-pennyblog.blogspot.com/)”.
Mais esta: chamaram-me a atenção para o fato de que nas invasões do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) não figuram negros, nem nas fazendas invadidas, nem nos acampamentos.
Será que os negros não procuram o MST ou se sentem rejeitados em seu seio?
Ou simplesmente não é da tradição negra a agricultura?
Mas e os quilombolas?
Mas não me sai da cabeça o cirurgião plástico e negro Lindo Cristaldo. Este homem talvez tenha muita história para contar. Sua experiência para chegar à condição de médico e cirurgião plástico deve ter sido empolgante.
E está se formando também em cirurgia plástica a sua filha.
São uns heróis estes negros que se destacam. Mas o interessante é que a maioria deles afeta não haver preconceito racial no Brasil. E logo oferecem como exemplo as suas pessoas.
Compreensível.
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