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terça-feira, 4 de novembro de 2008
04 de novembro de 2008
N° 15779 - PAULO SANT’ANA
Bancos e times fracos
Estava no auge da crise econômica internacional quando o governo brasileiro sinalizou: autorizou a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil a socorrer bancos particulares que atravessassem crise de liquidez com seus depósitos e investimentos.
Numa época como esta, de terror financeiro, tenho certeza de que milhares de depositantes transferiram seus depósitos de bancos particulares para a Caixa e o Banco do Brasil.
Agora, ontem, o Itaú e o Unibanco anunciaram com estardalhaço a sua fusão, vão se tornar um banco só e amealharão um quinto do movimento bancário brasileiro.
Em muito boa hora é anunciada essa fusão. Os depositantes, investidores e clientes dos dois bancos ficam possuídos de serenidade com esta notícia de que estão lidando agora com um banco poderoso.
Essa fusão passa tranqüilidade para o mercado.
Da minha parte, como depositante, entendo que tem de haver uma relação de confiança entre o cliente e o banco.
Eu só sou cliente de banco que me esfola nas taxas, que me arranca bastante dinheiro para administrar minha conta.
Não vou depositar dinheiro em banco pequeno que fica cheio de dedos para me cobrar as taxas. Um banco que não sabe nem cobrar taxas de seus clientes é um banco que não se dá ao respeito.
Os bancos, na minha visão, têm de me escorchar para que eu os sinta mais fortes.
Ao anunciarem sua fusão, o Itaú e o Unibanco estão mandando dizer aos seus clientes e ao mercado que não estão aí para brincadeira, eles aliaram seus recursos no sentido de se tornarem mais fortes, mais sólidos, mais responsáveis.
E os clientes gostam de se sentir seguros, investindo em bancos mais sólidos, que transmitem sensação de poder.
Eu não simpatizo com bancos que me cobram taxas pequenas.
Os gremistas Rekern e Léo Guerchmann, aqui da Redação, são símbolos da torcida do Grêmio. Eles agora acreditam sinceramente que o Grêmio vai entrar no G4, alcançará até a quarta colocação neste campeonato brasileiro e disputará a Libertadores no ano que vem.
Não falam mais em título, embora tivessem acreditado nele durante tantos meses.
Eu ontem chamei os dois e disse-lhes o seguinte: “Eu fico olhando de longe a esperança de vocês. Agora vocês estão sonhando com o G4. Eu não quero arrancar vocês dois do seu sonho, não sou um desconstrutor de ilusões.
Se isso os faz felizes, é o que importa. Mas se vocês quiserem saber da verdade, de qual time vai ser campeão, de quais times têm chances de disputar a Libertadores no ano que vem, falem comigo. Sonhem, se iludam, esta é uma boa receita para serem felizes.
Mas sinto dizer-lhes que a realidade é outra. O Grêmio não tem time para ganhar sequer uma partida das cinco que lhe faltam. É preciso olhar para o fenômeno tendência. E por esse fenômeno o Grêmio não vai ficar no G4”.
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