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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
14 de fevereiro de 2008
N° 15510 - Paulo Sant'ana
Plágio póstumo
Só ontem fiquei sabendo que circula em todo o Brasil, pela internet, um célebre poema de Vinicius de Moraes, intitulado Amigos.
Já em julho do ano passado, no Dia do Amigo, o poema foi enviado por milhares de pessoas aos seus amigos, vários colegas aqui de Zero Hora receberam o texto.
Ontem foi o meu dia de receber a homenagem. O colega Emanuel de Mattos felicitou-me por meu aniversário e finalizou sua mensagem assim: "Esse poema que segue, do grande Vinicius de Moraes, que certamente conheces bem, vale hoje como minha modesta homenagem por todos os dias em que teu texto deixou de ser apenas um colírio para os olhos e virou bálsamo da minha vida".
Preparei-me para ler o poema de Vinicius. Até que cheguei à seguinte parte: "Muitos dos meus amigos que estão lendo estas linhas não percebem o quanto são meus amigos nem quanto os adoro e são indispensáveis ao meu equilíbrio vital. A alguns deles não procuro. Basta-me somente saber que eles existem.
Só isso me encoraja a seguir em frente pela vida... Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns de meus amigos. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer.
Se alguma coisa me consome e me envelhece, é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre a meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos. E, principalmente, os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!"
Quando dei os olhos nesse trecho, exclamei: "Que Vinicius, nada! Este texto é meu, foi publicado há anos neste espaço de Zero Hora. Faz parte do meu livro O Gênio Idiota. Lembro-me de que essa coluna, sob o título de Meus secretos amigos, fez tanto sucesso, que as pessoas recortavam-na e a colavam nas paredes de suas cozinhas".
E incrivelmente o meu amigo Emanuel me mandou o poema como se fosse de Vinicius de Moraes, achando que tinha tudo a ver comigo.
Não só tinha a ver comigo, como era meu. E está lá na internet, em página adornada, com excelente desenho ilustrativo, assinado por Vinicius de Moraes, acrescido de um regalito: "in Antologia Poética".
Agora mesmo, a colega Lurdete Ertel, que trabalha aqui ao meu lado na Redação, afirma-me que recebeu no ano passado o mesmo poema, enviado por um amigo, como sendo de Carlos Drummond de Andrade.
Quero dizer que isso, a par de me envaidecer, me enfurece: vou acionar na Justiça por usurpação de direitos autorais as nove viúvas do Vinicius de Moraes.
Estes grandes poetas brasileiros não passam de meros plagiadores.
Crônica publicada em 20/06/2002
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