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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
22 de fevereiro de 2008
N° 15518 - Paulo Sant'ana
Cobiça derruba muro
Eu já tinha insinuado aqui que não via com bons olhos minha coluna sendo ocupada por interinos.
Pois agora se confirma o meu agouro: pouco tempo atrás, Fidel Castro afastou-se do poder, licenciado para tratar de sérios problemas de saúde. Mais ou menos como eu, que seguidamente me interno em hospital para tratar de meus males corporais.
Pois bem, assumiu como interino, substituindo o irmão, Raúl Castro.
E agora o mundo inteiro se debruça sobre a notícia histórica: Fidel renunciou definitivamente ao poder, que será ocupado em caráter permanente por Raúl Castro.
Ou seja, o interino tomou o lugar do titular, o que sempre temi quando me afastei desta coluna.
E mais grave: se um irmão interino pode surrupiar o lugar de um irmão titular - Fidel Castro tem poucos anos menos de poder do que eu conto como escrevinhador desta coluna - , que dirá comigo, que o Moisés Mendes, o Alexandre Bach, ou outro qualquer de meus habituais interinos e interinas, que corvejam sobre minha coluna, não são meus irmãos de sangue, embora o sejam de causa e profissão?
Não são meus irmãos sangüíneos e podem vir a me suceder no poder. Evidente que o que eles mais desejam é isso.
Por isso é que, quando o Marcelo Rech, diretor de Redação de ZH, decidiu não me substituir por interinos nas minhas férias, escolhendo botar colunas antigas minhas no meu espaço durante minha ausência, fiquei mais tranqüilo.
Não há nada mais ameaçador para um colunista que ser substituído por um interino priápico, com todo o leite, ainda por cima talentoso.
Pois que vão capinar para arranjar colunas, como fiz na minha carreira de 36 anos de jornalismo.
Aqui não há lugar cativo para eles.
No máximo, servirão de meus flanelinhas, reservadores e preservadores da minha vaga.
É como eu tenho dito sempre: quando a vaga é boa, a gente nem sente vontade de tirar o carro.
Mais propriamente sobre Fidel e Cuba, quero afirmar que o povo cubano é feliz. Porque lá todos são pobres. E quando a gente não tem vizinho rico, não tem com quem se comparar com diferenças, mesmo sendo pobre, se é feliz, porque não há a quem invejar na ilha.
Povo insatisfeito é aquele em que há ricos e pobres, como no Brasil. Há sempre um risco de conflito entre os que muito têm e os que nada possuem. Mais que conflito, insatisfação dos pobres, inquietude às vezes perigosa.
No caso de Cuba, internamente, não há inveja de um cubano sobre os outros. Todos têm tratamento gratuito de saúde, comida, racionada mas suficiente para aplacar-lhes a fome, educação que garante à maioria dos jovens cubanos o ingresso no nível superior.
A inveja lá é do plano externo, no fim do oceano está a rica Flórida, isto aguça a cobiça de uma minoria de cubanos que quer fugir e ir para lá.
Como aguçou durante décadas a cobiça dos alemães orientais, que fugiam ou tentavam ou queriam fugir para a Alemanha Ocidental.
Lá resultou na fusão das duas Alemanhas com a queda do Muro de Berlim.
Mais cedo ou mais tarde cai o muro de Cuba também. Porque o capitalismo já provou que é invencível.
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