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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
21 de fevereiro de 2008
N° 15517 - Paulo Sant'ana
Vem aí Julio Iglesias
No balanço de nossas vidas, se descontarmos o mau humor dos outros e o nosso próprio mau humor, podemos concluir que sem eles teríamos sido felizes.
E se fomos sábios ou tivemos a sorte de não termos sido cercados de mal-humorados e soubemos nos impor uma alegria metódica, então não nos restará dúvida de que fomos ou somos felizes e realizados.
O controle do humor é fato tão importante nas relações humanas, que a indústria farmacêutica mundial gasta fortunas em pesquisas para lançar cada vez mais medicamentos que desentortem a mente humana dessa maldição que é o mau humor.
Sendo assim, está comprovado hoje que o bom humor é mais responsável pela instituição do amor e do casamento que a beleza física ou espiritual dos integrantes dos casais.
Ou seja, os homens e as mulheres se sentem mais atraídos pelo bom humor de seus noivos e namorados do que por outro qualquer atributo.
E os mal-humorados vão tendo cada vez mais dificuldades para se casarem, para manterem seus casamentos e até empregos.
Certo dia, um amigo me procurou e desabafou: vinha tendo sérios embaraços tanto na vida conjugal quanto para firmar-se profissionalmente.
Perguntou-me o que deveria fazer para superar essa fase decisiva de sua vida. E eu respondi da seguinte forma: "Sorria".
Passou-se um ano e o amigo veio me agradecer por ter sua mulher se reapaixonado por ele e por ter tido duas promoções em sua empresa.
Quando não sorria como conduta permanente, estacionou dois anos como funcionário subalterno na empresa em que trabalha e sua mulher estava decidida a separar-se dele.
Bastou sorrir todos os dias e em todas as horas para se tornar gerente e logo em seguida diretor em sua empresa, e sua mulher passou a ver nele encantos nunca antes revelados.
Algum leitor me perguntará então se basta sorrir para ter sucesso. Não basta, mas ajuda uma barbaridade. Eu diria até que é decisivo.
Isso que estou escrevendo é tão verdadeiro, que fui examinar todos os executivos de empresas que conheço e notei espetacularmente que a grande maioria, amassadora maioria, desses profissionais é bem-humorada.
E mais: notei sensacionalmente que a maioria massiva dos profissionais daquele nível que era mal-humorada, ou foi demitida, ou não progrediu nos degraus organogramáticos das empresas.
Palavra de honra que é verdade.
Pois assim revelo: a medicina e a psiquiatria esmeraram-se na passagem deste penúltimo século para o atual em combater o câncer e o mau humor. E com a ajuda das drogas está curando incrivelmente o câncer e o mau humor, dois dos males mais terríveis que assolam a humanidade.
E o mau humor, como o câncer, pode ser curado quando diagnosticado precocemente.
Está chegando aí para cantar em Porto Alegre no início de março, no Teatro do Sesi, o meu amigo Julio Iglesias.
Tenho saudade dele, um dos fatos mais ecoantes de minha carreira foi ter cantado com ele duas vezes.
E me envaideceu profundamente que numa entrevista para o New York Times ele tenha dito que somente duas pessoas subiram ao palco para cantar junto com ele em toda a sua vida profissional: Steve Wonder e Pablo SantAna.
E eu respondi em Zero Hora que entre todas as pessoas com quem convivi no palco, ele foi a que melhor se conduziu ao cantar comigo.
Vou estudar se lhe darei outra chance desta vez.
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