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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
25 de fevereiro de 2008
N° 15521 - Paulo Sant'ana
Discutindo Deus
Quando sentei nas mesas de bares ou de beiras de piscinas, durante as férias, instalei nesses lugares, naturalmente, uma mesa de consulta ao avatar, eu ali à disposição dos passantes e dos parantes, indefeso.
E eles me perguntando sobre tudo, os mais diferentes assuntos. E eu vou despachando com todos, sacio as suas curiosidades, uns além de falar comigo têm necessidade de me tocar.
Acabam num retoço esses encontros de conhecimento entre o cronista e seus leitores. É uma bela forma de a gente conhecer e privar com os alvos do que se escreve, os verdadeiros objetivos do trabalho da gente, os leitores.
Dou um exemplo de uma dessas consultas que dei esses dias. O senhor se aproximou de mim e da roda que me cercava. E foi atirando logo sua pergunta: "Tu acreditas em Deus mesmo?".
Não sei como eu estava com a resposta na ponta da língua: "Eu acredito cegamente em Deus. Ele é que, pelas últimas amostras do que tem acontecido comigo, não acredita muito em mim".
Estourou como uma bomba na roda a minha resposta, sob o ribombar de gargalhadas.
Este tema de Deus é fascinante, além de me perguntarem muito sobre ele, eu gasto inúmeras horas da semana a matutar sozinho sobre a existência de Deus.
O mais elucidativo dado que já colhi sobre a existência de Deus foi o pensamento incrível, me parece que de Dostoiévski: "Se Deus não existe, tudo é permitido".
Como que a insinuar brilhantemente que se a idéia de Deus consiste em justiça, até mesmo em bondade, em sabedoria, em compreensão, se ele não existir, todos esses valores caem por terra.
Ou seja, não existindo Deus, é permitido o estupro, o roubo, a agressão, o homicídio, enfim todas as calamidades da conduta humana.
Todos podem deitar e rolar com suas maldades, que não os atinge nenhuma punição, não estão nem aí.
Mas, existindo Deus, ele se constitui num freio para a maldade e para a destruição. As religiões nada mais são do que isso, uma forma inteligente de domesticar o homem e encaminhá-lo para a bondade, para o amor ao próximo, para a solidariedade e para a caridade, a ajuda aos outros, uma forma de tornar a vida mais suave no seu círculo gregário.
Dostoiévski deu uma grande, colossal, colaboração para a interminável discussão sobre a existência de Deus.
Não termina por aí o debate. Surge uma dúvida estupenda: se Deus é todo-poderoso, senhor do Universo, por que permite que sobre sua obra desabem diariamente tantas dores, aflições, catástrofes dos atos humanos, tendo como autores exatamente as criaturas que ele criou?
Por que Deus, enfim, permite que o homem seja mau e se torne o lobo do homem?
Os religiosos e os acérrimos defensores da existência de Deus levantam um argumento esplendoroso: Deus criou o homem e lhe deu o livre-arbítrio, o homem é que escolhe entre ser bom ou mau.
Ou seja, tudo de ruim que aconteceu na Terra é por causa do livre-arbítrio que Deus concedeu ao homem. E o que de bom acontece também o é.
Só que este argumento tem uma falha: e os terremotos, os ciclones, os maremotos, as secas, as inundações, estes acidentes que provocam bilhões de mortes durante todas as civilizações, destruições bárbaras, estes fenômenos naturais não são fruto da mão humana, seriam então fruto da mão de Deus?
Atualmente se culpa o homem também pela poluição e por esses acidentes geológicos. Mas no terremoto de Lisboa, em 1755, o homem não poluía a Terra naquela época, como é então que morreram 40 mil pessoas, a capital lusa foi destruída em sangue e pestes!!!
Como é que ficamos então sobre a discussão sobre Deus.
Como é que ficamos?
Quem tem mais explicações que me tire desse doloroso dilema.
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