Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
19 de fevereiro de 2008
N° 15515 - Liberato Vieira da Cunha
Os livros de capa verde
Cresci numa casa de muitos livros - e eles eram algo mais do que simples peças decorativas.
Minhas mais longínquas lembranças são equipadas de pessoas lendo, e dizem que antes dos três anos eu mesmo fui surpreendido tentando decifrar uma revista, algo desapontado por não ir além das figuras.
Da bem provida biblioteca de meus pais, uma prateleira em especial me dominava a atenção. Era a ocupada por uma longa série de volumes verde-escuros. Já tinha então aprendido a decifrar as lombadas e me enchia de admiração o fato de que em todas elas constava um nome: W.M. Jackson, Inc.
Um dia perguntei que espantoso autor era aquele e logo me esclareceram que aquele era o editor, o que imprimia a larguíssima coleção. O escritor era outro. Seu nome aparecia mais em cima: Machado de Assis.
- Ele é bom? - indaguei.
- Ele é o melhor - me esclareceram.
Apesar da propaganda, foi só na quarta série do ginásio - que era um curso que havia entre o primário e o clássico - que abri pela primeira vez um dos livros verde-escuros. Chamava-se Memórias Póstumas de Brás Cubas, e não só o li como o reli.
E não só o reli como fui atrás de tudo o que havia sobre o criador de Brás e de Virgília, desafio que naquele tempo não se resolvia na internet, mas imergindo em cada enciclopédia ao alcance da mão.
As enciclopédias são breves, cada verbete não te dá mais que umas coordenadas gerais. De modo que resolvi tirar um curso intensivo de Machado de Assis percorrendo toda a sua obra.
É o que venho fazendo desde então.
Perdi a conta de minhas releituras das Memórias. Romances como Dom Casmurro, contos como Missa do Galo ou Uns Braços jamais faltarão em qualquer antologia que algum dia se ouse fazer da literatura universal.
Só não me peçam teorias. Este é o ano do centenário de Machado de Assis e nutridos ensaios dissecarão sua obra.
Para quê?
O Bruxo do Cosme Velho deve ser lido pelas histórias que conta, os personagens que inventa, as tramas que tece.
Pois ele mesmo não suportaria as teses que se engendram a seu respeito nos altos círculos da intelligentsia
Com sol brilhante e uma temperatura elevada, que tenhamos todos uma ótima Terça-feira.
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