Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
12 de fevereiro de 2008
N° 15508 - Moacyr Scliar
Lembrando Olga Benário
Durante muito tempo, Olga Benário - cujo centenário de nascimento ocorre hoje, 12 de fevereiro - foi uma figura praticamente ignorada no Brasil, onde, no entanto, viveu muito tempo, e onde teve um papel importante na história política. Já em outros lugares, era diferente: na Alemanha Oriental, Olga Benário era até nome de rua.
O fato deixou intrigado o jornalista Fernando Morais, que resolveu fazer uma pesquisa a respeito. Nasceu daí um livro que de imediato se transformou em best-seller e que foi transformado em filme de igual sucesso, dirigido por Jayme Monjardim, com Camila Morgado no papel de Olga. E assim o público brasileiro descobriu esta extraordinária mulher.
Nascida em Munique, de uma família judia de classe média, Olga já aos 15 anos entrava na Juventude Comunista. Compreensível: o pai era socialista e, para muitos judeus, socialismo e comunismo representavam o caminho mais óbvio não apenas para a justiça social, como também para a erradicação da intolerância e do racismo. Olga seguia os passos de outras revolucionárias judias, como Rosa Luxemburgo e Emma Goldman.
No Partido, logo se destacou como intrépida guerrilheira; entre outras ações, participou do ataque à prisão de Moabit, em Berlim (onde, aliás, Rosa Luxemburgo foi assassinada), libertando vários companheiros, entre eles o seu namorado, Otto Braun. Mas a grande paixão de sua vida foi o líder comunista brasileiro Luís Carlos Prestes, a quem acompanhou de Moscou ao Brasil, passando por esposa.
A encenação acabou se transformando em realidade e eles viveram uma grande paixão, sempre na ilegalidade e sempre na luta, inclusive na chamada intentona comunista de 1935, uma desesperada tentativa de conquista do poder. Logo depois, foram ambos presos.
Como resultado de uma decisão do STF, e com a negação do indulto pelo governo Vargas, Olga, grávida, foi deportada para a Alemanha nazista, onde deu à luz a filha, Anita Leocádia, e morreu num campo de concentração. Tinha então 33 anos.
Nem todos consideram Olga uma heroína. Entrem na internet e vocês encontrarão textos que a chamam de terrorista e até de assassina.
Uma história da época, divulgada pela polícia, diz que Prestes, na presença de Olga, teria determinado a dirigentes do Partido que delatores deveriam ser executados; com base nisto, foi morta a militante Elvira Cupelo Colônio, de 18 anos.
Mas este assassinato, pelo qual Prestes mais tarde foi julgado, e absolvido, na Justiça comum, teria sido obra de escalões inferiores do Partido.
De qualquer modo, e como também o mostra o exemplo de Guevara, os militantes viam-se como participantes de uma guerra, e guerra admite até execuções sumárias.
Erros à parte, Olga ficou em nossa história como um exemplo de coerência e de crença num ideal.
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