quarta-feira, 4 de dezembro de 2024


04 de Dezembro de 2024
INFORME ESPECIAL - Rodrigo Lopes

Nunca estivemos tão vulneráveis

A prefeitura está brincando com a paciência dos porto-alegrenses que, a cada chuva, revivem o trauma de maio de 2024. Lá se vão sete meses desde a maior tragédia climática da história da Capital e, a depender do que se observou no domingo, seguimos vulneráveis. Se a conjunção climática que fez despencar do céu o aguaceiro de maio se repetir, Porto Alegre vai voltar a submergir.

Na manhã de segunda-feira, recebi ligações de colegas jornalistas do centro do país perguntando se as cenas da rodoviária debaixo d?água, que lotavam àquela altura as redes sociais, eram atuais ou antigas. Poucos acreditaram quando eu lhes disse que eram de agora. Não apenas o terminal de ônibus voltara a alagar. Também áreas do Centro Histórico, da Cidade Baixa, do Menino Deus e do 4º Distrito encheram-se. São os mesmos lugares icônicos do dilúvio de maio.

Em novembro, Porto Alegre foi exemplo no mundo durante a COP29, em Baku, de um lugar que já sofre os efeitos das mudanças ambientais. A prefeitura apresentou cases e exibiu ferramentas digitais que ajudarão na prevenção às ameaças climáticas. São importantes. Mas o tema de casa precisa ser feito. Solução imediata para a energização das casas de bombas e limpeza de bueiros são urgentes. _

Pontífice abençoa gaúchos recém-casados

Durante a lua de mel, o vereador de Gravataí Thiago de Leon e a sua esposa, Alexia Rosa, receberam uma bênção especial do papa Francisco. O encontro foi na semana passada, no Vaticano.

O vereador, que já morou na Itália, contou que o casal participou de uma missa fechada - por meio de convites - com o Pontífice, encontro que reúne aproximadamente 500 fiéis. Na ocasião, o Papa costuma abençoar os recém-casados.

- Por favor, pode dar um conselho para o nosso casamento? - falou Leon ao Papa.

Prontamente o Pontífice respondeu:

- Briguem por tudo o que quiserem, mas precisam fazer as pazes antes que o dia termine. Porque a guerra fria do dia seguinte é perigosa. Entenderam? E uma boa cachacinha - brincou.

Junto a Leon e Alexia, havia aproximadamente 20 casais.

- Foi uma alegria enorme estar sendo abençoado e pronto para todos os desafios que o matrimônio proporciona. Agora, é seguir o conselho. _

Os riscos da crise sul-coreana

Ninguém imaginava que a tecnológica, inovadora e democrática Coreia do Sul pudesse enfrentar um processo de instabilidade política grave como o deflagrado ontem pelo presidente Yoon Suk-yeol, que declarou lei marcial no país, suspendendo direitos civis por algumas horas.

Mais do que uma turbulência interna, a crise transborda para além da península coreana devido à posição estratégica e geopolítica sul-coreana - e por suas alianças e seus adversários regionais e globais.

A Coreia do Sul é aliada-chave dos EUA na região: faz fronteira com a cada vez mais ameaçadora Coreia do Norte, nação que vem se municiando de arsenal nuclear e com o qual os sul-coreanos ainda estão tecnicamente em guerra (o conflito entre 1950 e 1953 não foi concluído com acordo de paz). Aliás, a fronteira entre os dois países, o famoso paralelo 38, é uma das mais perigosas do mundo.

Os Estados Unidos mantêm ali posicionadas algumas de suas principais bases na Ásia, entre elas Camp Humphreys, a maior unidade militar fora do território americano, com efetivo de 41 mil pessoas.

Outro ingrediente explosivo: a Coreia do Sul e os EUA contam com acordo de defesa mútua, o que significa que, se um for atacado, automaticamente deve receber o apoio do outro.

A Coreia do Sul também faz parte de um trio de países, composto ainda por Japão e Filipinas, que são estratégicos para os interesses americanos na região - não só em relação às intenções do ditador Kim Jong- un e suas aspirações atômicas, mas sobre a proteção de Taiwan em relação à China. Ou seja, o país é um ator indispensável na projeção do poder americano na região, que vem se deteriorando nos últimos anos em razão da ascensão da China, o maior interessado na surpreendente instabilidade sul-coreana atual. _

Sucessão de escândalos do presidente

Yoon Suk-yeol tem controvérsias e escândalos que marcam seu governo e levaram à sua crise de popularidade. A coluna reuniu alguns:

Meses após a sua posse, em 2022, 159 pessoas morreram durante uma celebração de Halloween em Seul, na Coreia do Sul.

Familiares continuavam insatisfeitos com a falta de responsabilização do caso. Ainda durante o processo, Yoon bloqueou um projeto de lei propondo nova investigação sobre o incidente no início deste ano.

Outro escândalo envolve a primeira-dama, Kim Keon Hee. Ela foi acusada de aceitar uma bolsa de grife de mais de US$ 2 mil da marca Dior como presente. Isso violaria a lei anticorrupção do país, que proíbe presentes com o valor acima de US$ 750. Na época, o presidente chamou as alegações de "golpe político".

Mais um episódio envolvendo Yoon e sua esposa: tráfico de influência. Informações vazadas apontavam que o casal influenciou indevidamente a escolha de membros do Partido do Poder Popular para uma eleição parlamentar suplementar.

Certa vez, ao visitar um mercado de alimentos, Yoon elogiou o preço "razoável" das cebolinhas em uma área altamente subsidiada. Na ocasião, foi criticado pelo distanciamento da população em meio a uma inflação crescente.

A nível internacional, quando Donald Trump venceu a sua segunda eleição, Yoon disse que voltaria a praticar golfe, para se preparar para as reuniões com o republicano estadunidense.

INFORME ESPECIAL

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