02 de Dezembro de 2024
EDUCAÇÃO
EDUCAÇÃO
O forte calor no domingo e um grande congestionamento no sábado foram problemas enfrentados pelos vestibulandos no final de semana. Algumas provas exigiram mais dos candidatos, na comparação com o mesmo concurso nos anos anteriores
Na avaliação de professores de cursos preparatórios, as provas seguiram o padrão de vestibulares anteriores. Os docentes consideraram que a prova do domingo estava bem formulada, sem surpresas, e projetam um bom resultado para os alunos bem preparados.
- Não tivemos nenhuma surpresa em Biologia - avalia o docente Davi Frezza, do Fleming Medicina. - Foi uma prova com os temas tradicionais da UFRGS, e o nível de dificuldade também.
Enchente até na Química
Os professores de Química Natália Santos e Andrey Czolpinski, do curso Anglo, também acharam a prova alinhada ao padrão adotado nos últimos anos.
- Duas questões surpreenderam ao resgatar tópicos que não eram trabalhados na UFRGS há algum tempo, abordando propriedades coligativas e gases. Apesar dessas exceções, a prova manteve um perfil tradicional, resgatando o formato que é de costume do vestibular de Química, diferentemente do ano anterior, quando uma questão foi anulada e a abordagem foi atípica, mais difícil. Um destaque foi o uso da enchente como contexto em uma questão de química orgânica - pontuaram, em conjunto.
Segundo a assessoria de comunicação da universidade, ontem não houve transtornos no início da aplicação das provas, diferentemente do sábado (leia abaixo). O gabarito do domingo deve ser divulgado às 9h de hoje, que também é quando a UFRGS deve divulgar as abstenções e as médias do segundo dia de prova.
Redação sobre a memória
A redação teve um texto de apoio intitulado "Incêndio no Museu Nacional provoca reflexões: o Brasil é um país sem memória?", do jornalista Leonardo Lichote. Partindo dessa premissa, foi pedido aos candidados que escrevessem sobre uma polêmica fictícia envolvendo a criação de um memorial da cheia de maio no RS.
- A prova veio sob o mesmo formato das últimas edições, ou seja, a UFRGS manteve o texto base e uma situação de enunciação. Quanto a isso, o candidato não se surpreendeu. A situação de interlocução é que está bem diferente das anteriores. O candidato fez o seu texto para ser lido por ele mesmo em uma audiência pública hipotética, em que está em jogo a criação desse memorial. É uma excelente proposta, com difícil condução - diz Luciana Bergmann, do Fleming Medicina.
Conforme Elisa Vigna, que leciona Português no Anglo, o tema segue uma linha utilizada nos anos anteriores de promoção de discussões sobre a importância da história e da memória.
- A prova aposta em algo que é bastante atual, porém considero a escolha do tema insensível, já que muitos candidatos sofreram com a enchente e tiveram de reviver seus traumas. O tema ainda é uma ferida aberta para os gaúchos - considera Elisa. _
No sábado, chamou a atenção a dificuldade da prova de Matemática, segundo relatos dos candidatos publicados nas redes sociais. O primeiro dia do concurso também testou os conhecimentos dos estudantes em Língua Portuguesa, Literatura, História e Geografia.
Foram as questões sobre geometria que causaram as maiores dificuldades, na avaliação do docente de Matemática e diretor do curso Anglo, Arthur Barcellos Bernd. A prova cobrou fórmulas e propriedades que não aparecem com tanta frequência nem são de conhecimento da maioria dos vestibulandos, diz Bernd, citando a lei dos cossenos e as relações métricas no triângulo retângulo como exemplos.
- A prova foi similar em estrutura e distribuição dos conteúdos. Ou seja, não houve surpresa no que diz respeito aos principais temas e áreas e à quantidade de questões por conteúdo - afirma o professor. - Contudo, como as questões de geometria tiveram uma dificuldade maior do que a normal e levando em conta que esta costuma ser uma parte da prova de Matemática de preferência dos alunos, é possível que muitos avaliem que estava mais difícil e que haja uma redução na média da prova - complementa.
A nota média de Matemática foi 5,88, abaixo dos 6,47 registrados em 2023. Já a prova de Geografia, também considerada difícil, segundo Rodrigo Vasques, professor dessa disciplina no Fleming Medicina, teve média de 7,32, superando o índice do ano passado, que fora de 6,53.
- A prova de Geografia foi um pouco diferente neste ano, com uma concentração nas questões ambientais, principalmente na gestão do meio ambiente, sem deixar de apresentar questões clássicas sobre indicadores demográficos, questões atuais de conflitos e a espacialidade do Oriente Médio - analisa Vasques.
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