01 DE FEVEREIRO DE 2022
OPINIÃO DA RBS
OPORTUNIDADES COM O 5G
Uma das principais angústias dos brasileiros, hoje, é relacionada ao mercado de trabalho, à renda e à qualidade dos postos criados. O desemprego até vem caindo, mas muito lentamente, e os índices permanecem em patamares elevados. No trimestre encerrado em novembro, a taxa ficou em 11,6%, mostrou na semana passada o IBGE. Significa que ainda existem 12,4 milhões de pessoas em busca de ocupação, um contingente superior à população do Rio Grande do Sul. São preocupantes ainda os cenários traçados pelos especialistas, que projetam a continuidade da absorção de mão de obra ociosa em um ritmo abaixo do ideal nos próximos anos.
Mas, em meio ao horizonte desafiador, surgem setorialmente esperanças de uma geração de vagas mais forte. São surpreendentes e prodigiosas, por exemplo, as perspectivas de demanda de contratações relacionadas à chegada da tecnologia 5G ao Brasil. A Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), conforme reportagem publicada ontem em Zero Hora, calcula que serão abertos 673,5 mil postos até 2025. No Rio Grande do Sul, neste mesmo intervalo de tempo, a necessidade seria de até 40 mil profissionais, segundo a regional gaúcha da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro-RS).
De altíssima velocidade, a internet de quinta geração começa a chegar às capitais em meados deste ano e promete uma verdadeira revolução, pelas suas múltiplas aplicações. É uma oportunidade, portanto, imperdível para um país que luta contra o alto desemprego. Se descortina a possibilidade da criação de um substantivo número de empregos, tanto de nível técnico, na implantação da infraestrutura, quanto em ocupações que demandam maior formação, em áreas como automação, ciência de dados, software, segurança digital e internet das coisas, entre inúmeras outras.
Reafirma-se, portanto, um importante desafio a ser encarado de maneira mais célere: atrair, formar e dar qualificação a um grande número de pessoas para suprir as necessidades de mão de obra especializada e, em regra, mais bem-remunerada. Se já há carência de trabalhadores hoje no setor de TI, com vagas que não conseguem ser preenchidas, este gargalo tende a se agravar caso não se promova um salto de capacitação tanto para funções existentes quanto para as que ainda surgirão. Este movimento é necessário ainda para que seja preparado capital humano que permita, ao Brasil e ao Rio Grande do Sul, protagonismo na inovação e no desenvolvimento de novas tecnologias e aplicações, deixando de ser apenas consumidor de produtos e processos vindos de fora.
O trunfo do Estado está na existência e no fortalecimento, ano a ano, de um ecossistema propício à lapidação de talentos e ao surgimento de startups e novos negócios ligados à inovação. Companhias, universidades, parques tecnológicos, laboratórios, institutos fomentados por empresas e instituições de formação técnica, em vários pontos do território gaúcho, formam um ambiente próprio para o fortalecimento desta nova economia ligada ao conhecimento. A chegada iminente do 5G e suas múltiplas possibilidades mostra apenas que é preciso acelerar o passo.
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