quinta-feira, 29 de julho de 2021


29 DE JULHO DE 2021
OPINIÃO DA RBS

FRIO E ACOLHIMENTO

Os gaúchos provam mais uma vez que, a despeito das disputas históricas que permeiam a trajetória do Estado, quando há um chamamento à solidariedade a sociedade se une. É o que ocorre novamente em todo o Rio Grande do Sul, com o esforço para acolher pessoas em situação de rua com a chegada de mais uma forte onda de frio, com temperaturas negativas em várias regiões e uma sensação de desconforto térmico acentuada pelo vento.

Invernos rigorosos não são novidade no extremo sul do país, mas neste momento vive-se uma situação social agravada pela pandemia. O aumento do número de moradores de rua na Capital, por exemplo, é perceptível. É um contingente que, sem um teto nem alimentação adequada, padece ainda mais principalmente com as noites congelantes da estação. A organização para receber o público em situação de vulnerabilidade no Ginásio Gigantinho, em Porto Alegre, ilustra esse esforço.

A estrutura oferecida mais uma vez pelo Internacional contou com um mutirão de organizações da sociedade civil, da iniciativa privada e do poder público. O acolhimento é coordenado pela Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), que também faz uma busca ativa nas ruas da cidade. Camas foram cedidas pelo Exército, o Instituto Cultural Floresta doou kits de higiene, toalhas e roupas de cama foram fornecidas por redes de hotéis e voluntários preparam alimentação para os abrigados. Até domingo, a população acolhida poderá ter acesso a três refeições diárias, banho quente, testes para covid-19 e vacinas.

Mobilizações semelhantes ocorrem em albergue da prefeitura da Capital. As paróquias da Arquidiocese de Porto Alegre, inseridas na mesma aliança de solidariedade, servirão de amparo ao longo dos dias de frio intenso. Iniciativas parecidas são registradas em várias outras cidades do Rio Grande do Sul ao longo de mais esta semana gelada. 

As campanhas do agasalho, que neste ano começaram mais cedo do que o normal, certamente mostraram desta vez serem ainda mais necessárias, tanto pelo aumento da população em situação de rua quanto pela quantidade de dias de temperaturas baixas. Muitas vestimentas, cobertores e alimentos, ao longo deste período, foram arrecadados nos pontos de vacinação Estado afora. Espera-se que a crise sanitária e econômica em curso seja vencida o mais breve possível. Mas, quando é necessária, se comprova que a solidariedade é uma das principais características da sociedade gaúcha.

 

Nenhum comentário: