17 DE JULHO DE 2021
ENERGIA
CPFL arremata CEEE-T por R$ 2,67 bilhões
A CPFL Energia arrematou na sexta-feira o braço de transmissão da CEEE, a CEEE-T, por R$ 2,67 bilhões. A operação teve ágio de 57,13%. A venda da companhia gaúcha tinha valor mínimo de 1,699 bilhão. A companhia, comandada pela chinesa State Grid, já controla dois terços da atividade de distribuição no Estado por meio da RGE.
Foram vendidas em lote único ações que representam 66,08% do capital social total da CEEE-T, de titularidade da Companhia Estadual de Energia Elétrica Participações (CEEE-Par) - o restante pertencem à Eletrobras. O leilão de privatização foi na B3, em São Paulo.
- A CPFL já tem longa história de parceria com o Rio Grande do Sul e aumentamos ainda mais o nosso compromisso com o Estado. O plano nesta companhia não tem mágica, aqui é competência para operar os ativos e muito investimento - afirmou o presidente da CPFL Energia, Gustavo Estrella, ao bater o martelo.
Ele disse que a nova controladora vai investir R$ 1,5 bilhão em cinco anos na CEEE-T. Para comparar, afirmou que, atualmente, o volume de aportes anuais no braço de transmissão é de R$ 95 milhões. Como em cinco anos isso daria R$ 475 milhões, a promessa é mais do que triplicar o volume de investimento na empresa. Estrella não chegou a dar detalhes sobre os focos desses projetos, mencionou apenas que seriam em "expansão e melhoria de rede", inclusive com a substituição de estruturas antigas e já depreciadas.
- Sempre acreditamos na dobradinha de boa capacidade de operação aliada à capacidade de investimento. A fórmula é a mesma que pretendemos usar na CEEE-T - comentou.
Sinergia
O presidente da CPFL afirmou que o objetivo é trabalhar com sinergia das operações no Estado, frisando que a CEEE-T está sendo adquirida com bons indicadores operacionais. Segundo Estrella, a RGE fechou 2020 com os melhores indicadores de qualidade da história da companhia.
A CEEE-T possui 69 subestações, que somam potência instalada própria de 10,5 mil MVA. A empresa também é responsável pela operação e manutenção de 6 mil quilômetros de linhas de transmissão e mais de 15,7 mil estruturas.
Seis proponentes tiveram interesse pela transmissora gaúcha. CPFL, Companhia Técnica de Comercialização de Energia, da Energisa, e a MEZ Energia apresentaram as maiores propostas e seguiram para uma etapa de lances em viva voz. A CPFL e a Companhia Técnica de Comercialização de Energia duelaram a disputa aumentando os lances até chegar à cifra final de R$ 2,67 bilhões.
Tão logo o desfecho do certame foi anunciado, o governador Eduardo Leite saudou a venda da CEEE-T nas redes sociais, desejando sucesso à CPFL. Depois, em discurso no púlpito da B3, falou da importância de "reconhecer que o setor privado tem mais capacidade de eficiência" para administrar o bem público, cabendo ao Estado a regulação e fiscalização do serviço.
- A privatização vem em proveito de toda sociedade, com melhores serviços e melhores preços, e em consequente geração de empregos - disse Leite.
O diretor-presidente da CEEE, Marco da Camino Soligo, celebrou a venda, afirmando que a desestatização começou "a partir de uma tomada de consciência de que era melhor transferir o serviço" à iniciativa privada. Soligo citou que o processo de privatização envolveu cerca de 200 pessoas, e, ao final do discurso, estendeu uma bandeira do Rio Grande do Sul e outra do Brasil para mostrar "a quem foi feito o trabalho".
Finalizada a desestatização da CEEE-T e da CEEE-D, o próximo passo será a venda do braço de geração, a CEEE-G. A expectativa, segundo Leite, é concluir o processo até o início de 2022. O edital deve ser publicado entre agosto e setembro, com projeção de realizar em dezembro deste ano.
BRUNA OLIVEIRA
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