Desmoronamento: a pergunta que deveria ser respondida
Um prédio em chamas não desmorona em uma hora e meia. A frase foi repetida por especialistas que participaram do combate ao fogo no edifício da Secretaria de Segurança do RS, um prédio antigo e sem estrutura para combater incêndios da forma correta.
Por isso, os bombeiros desaparecidos entraram. Porque sabiam, é bom repetir, que prédios em chamas não colapsam tão rapidamente. Perícias serão realizadas, mas o desmoronamento impedirá que se saiba, com detalhes, que mudanças foram feitas no interior do imóvel nas últimas décadas, se todas as vigas de sustentação estavam preservadas, qual era o peso em cada andar, onde estavam os puxadinhos. Quando a estrutura veio abaixo, não houve resistência. Parecia um castelo de cartas.
"Um acidente é precedido de vários incidentes", declarou um profissional com grande experiência em combate ao fogo. A frase indica que a destruição da semana passada foi o desfecho de um longo enredo, marcado pela imprevidência e pela omissão.
Se conseguirmos descobrir porque o prédio caiu, conseguiremos evitar que outros caiam.
Equipes se aproximam do ponto indicado pelos cães farejadores
Uma nova máquina com maior capacidade de remoção de escombros começou a trabalhar ontem nas ruínas do prédio da Secretaria da Segurança do Estado, destruído por um incêndio na semana passada.
Os esforços se concentrarão no quadrante marcado pelo menos três vezes pelos cães farejadores. É lá que as equipes de busca acreditam estarem os dois bombeiros desaparecidos enquanto tentavam conter as chamas - Lucio Ubirajara de Freitas Munhós, 51 anos, e Deroci de Almeida Costa, 46 anos.
De acordo com o comandante dos Bombeiros, coronel César Bonfanti, há cerca de seis metros de entulhos sobre o ponto em que os animais apontaram sucessivamente, desde quinta-feira passada. A área foi escorada e preparada para reduzir ao máximo o risco de novos desabamentos.
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