10 DE DEZEMBRO DE 2020
ARTIGOS
O FUTURO DEPENDE DE NÓS
O Brasil vem apresentando uma preocupante queda da cobertura vacinal nos últimos cinco anos. A baixa procura pelas imunizações, agravada pela pandemia da covid-19, está abrindo margem para o retorno de doenças até então erradicadas. O surto de sarampo no ano passado acendeu o alerta. Para se ter uma ideia, programas como o da poliomielite atingiram apenas 65% da meta - muito abaixo dos 95% projetados.
O tema agora volta à tona com a corrida internacional pela vacina do coronavírus e os debates - ideológicos ou não - em relação às suas origens. O plano preliminar para a imunização contra a covid-19 é um sopro de esperança para a retomada definitiva da normalidade em nosso país. A acertada decisão de priorizar os profissionais de saúde, idosos e pessoas com comorbidades segue critérios técnicos e demonstra absoluta coerência do governo federal.
Mais importante do que a nacionalidade da vacina, o fundamental é garantir a imunização da população. Tanto a desenvolvida pela Universidade de Oxford e AstraZeneca, do Reino Unido, pela Pfizer e BioNTech, dos Estados Unidos e Alemanha, como a chamada CoronaVac, da chinesa Sinovac, passarão por um rigoroso processo de validação pela Anvisa. A segurança sanitária e o interesse público devem estar sempre em primeiro lugar. E assim estarão, não tenho dúvida.
E mais: certamente serão necessários diversos fornecedores para imunizar os 290 milhões de brasileiros ao longo de 2021. O fato é que a superação passa, necessariamente, pela vacina - seja a europeia, a norte-americana, a asiática ou mesmo todas.
Os esforços para a retomada, no entanto, não deverão resumir-se tão somente à aquisição futura de vacinas. Há uma aliada fundamental nessa missão: a informação. Precisaremos de efetivas campanhas de conscientização e combate às fake news para levarmos a imunização a todos os brasileiros. O futuro do país depende, sim, do poder público. Mas, sobretudo, de cada um de nós.
PEDRO WESTPHALEN
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