quinta-feira, 24 de dezembro de 2020


24 DE DEZEMBRO DE 2020
ARTIGOS

Qual Natal vamos celebrar?

Natal é celebração do nascimento de Jesus de Nazaré, há aproximadamente 2 mil anos, nas regiões de Belém da Judeia. Lá "um menino nos foi dado".

Como criança frágil, necessitou de todo cuidado de uma família. Nisso se expressa o essencial e a beleza das coisas simples que marcam a existência humana: proteção, proximidade, carinho, sobriedade, orientação, promoção, determinação e zelo.

As celebrações natalinas oferecem ocasião para resgatar ternura, reverência e amor. É que a condição da criança envolta nos panos da fragilidade humana suscita no íntimo de cada um o desejo de ser simples e despojado como criança, que estende braços e olhos solicitando atenção, carinho e cuidado.

O Natal de 2020 traz também a marca da noite escura que se abateu sobre toda a humanidade, à causa da pandemia do coronavírus. Se por um lado este fato, talvez, restrinja o alcance da celebração, por outro lado oferece ocasião para resgatar a importância do lar, da família e de questões fundamentais da existência humana, marcada por fragilidade, necessidade de sobriedade e possibilidade de abertura à solidariedade.

Não poderia a celebração do nascimento do "homem que passou fazendo o bem" (At 10, 38) e que "fez tudo bem" (Mc 7, 32) representar uma circunstância privilegiada para resgatar a identidade do Natal e, ao mesmo tempo, uma oportunidade para promover intensa reflexão sobre qual mundo queremos deixar como legado para as futuras gerações?

"O milagre que preserva o mundo, a esfera das vicissitudes humanas, da sua ruína normal, ?natural?, é em última instância o facto da natalidade. É esta fé e esperança no mundo que encontra a sua expressão talvez mais gloriosa e eficaz nas palavras do Evangelho: ?Um menino nasceu para nós?." (Papa Francisco).

DOM JAIME SPENGLER, ARCEBISPO METROPOLITANO DE PORTO ALEGRE E VICE-PRESIDENTE DA CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL (CNBB)

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