28 DE DEZEMBRO DE 2020
POLÍTICA +
Vacilação de Bolsonaro atrasa Brasil na corrida pela vacina
O Brasil chegará ao último dia de 2020 como um dos países mais atrasados, entre as grandes nações do planeta, na corrida pela vacina contra o coronavírus. Enquanto mais de 40 já começaram a vacinar sua população, o presidente Jair Bolsonaro segue com o discurso errático, a negação da gravidade da pandemia e o mau exemplo, promovendo aglomerações.
O feriadão de Natal, que termina com o Brasil ultrapassando a marca de 191 mil mortes por covid-19, não foi diferente de outros fins de semana desde que a pandemia começou. Depois de passar o Natal no interior de Santa Catarina, onde se comportou como se o vírus não existisse, festejando com amigos que se recusam a usar máscara, Bolsonaro retornou a Brasília.
Enquanto passeava pelo comércio, sem máscara, foi questionado se o início da vacinação em outros países pressionaria o governo brasileiro. Respondeu:
-Ninguém me pressiona para nada, eu não dou bola para isso. É razão, razoabilidade, é responsabilidade com o povo, você não pode aplicar qualquer coisa no povo.
A expressão "qualquer coisa" denota descaso com a ciência. Todas as vacinas que estão sendo aplicadas mundo afora passaram pelos devidos testes e receberam aval das agências de vigilância dos países. Até agora, mais de 40 países começaram a vacinar a população. Na América Latina, Chile, Costa Rica, México já deram início à imunização. A Argentina começará a aplicar a vacina russa Sputnik V amanhã (leia mais na página 14).
Ontem, diante da repercussão negativa da declaração da véspera, Bolsonaro mudou o rumo da prosa. Nas redes sociais, escreveu que o Brasil tem pressa em começar a vacinar, mas fez ressalvas: "Temos pressa em obter uma vacina, segura, eficaz e com qualidade, fabricada por laboratórios devidamente certificados. Mas a questão da responsabilidade por reações adversas de suas vacinas é um tema de grande impacto, e que precisa ser muito bem esclarecido."
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