Cogestão, a palavra da moda que é uma dor de barriga
O coronavírus venceu a guerra da informação. São tantas as idas e vindas e as palavras difíceis, que a doença agradece. Nessa semana, o termo em ascensão no ranking dos modismos semânticos é "cogestão". Imagino que, para a imensa maioria dos gaúchos, o vocábulo possa facilmente ser confundido com "aquilo que acontece quando a gente come alguma coisa estragada". É, realmente, para dar congestão.
As pessoas precisam de clareza e simplicidade, não de um desfile de bandeiras e de declarações pseudo-corajosas de prefeitos que desobedecem aos decretos estaduais, por mais confusos que eles sejam. Uma crise desse tamanho precisa de centralização. Sem isso, não funciona. É o que prega boa parte dos governadores brasileiros quando o assunto é vacinação contra covid-19. Até porque os prefeitos têm menos estrutura e poder para fiscalizar. Eles estão sujeitos a pressões que o governador tem muito mais condições de suportar.
No meio dos desacertos entre os entes públicos, pede-se que a população se engaje e atenda às determinações legais. As de quem? Do governador? Do prefeito? Do presidente? Os efeitos desse desacerto têm milhares de nomes e de sobrenomes. Eles estão nas UTIs lotadas no Rio Grande, por onde já passaram 7,6 mil gaúchos que, infelizmente, já não estão mais lá.
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