07 DE JULHO DE 2020
CARLOS GERBASE
Erramos
Existem eventos que mudam radicalmente nosso agir e aprofundam nossas reflexões sobre temas que nos são caros. Na última sexta-feira, durante uma live da Associação Profissional de Técnicos Cinematográficos do RS, erramos. Por isto, a coluna de hoje será o nosso (meu e de Luciana Tomasi) pedido de desculpas.
Enquanto discutíamos o filme Inverno (1983), utilizamos a palavra "senzala" de forma infeliz e racista. Além disso, a discussão sobre o machismo no filme foi por nós abordada de forma superficial. Assumimos estes erros e tentaremos melhorar de forma concreta.
Enviamos um pedido de desculpas à cineasta Mariani Ferreira, presente na conversa, e agora o fazemos publicamente, bem como agradecemos pelos ensinamentos que sua experiência nos traz.
Ainda temos muito a aprender e praticar, e eventos como este reforçam que o combate às desigualdades - inclusive com formas mais adequadas de expressar nossa necessidade de ampliar a pluralidade no cinema - se faz dia a dia, em todos os espaços, reconhecendo a amplitude do racismo, da falta de pluralidade e de representatividade que ainda existem - temas tão caros às mudanças que estamos vivendo no Brasil e no mundo.
Em nosso trabalho e nas causas pelas quais sempre lutamos, não pode caber nenhum sentimento de exclusão ou preconceito. Sem pretender nos eximir do erro cometido, nosso pedido de desculpas é a mais sincera e a mais humana palavra que devemos a todas e todos. Continuaremos em busca de aprimoramento, seguindo com projetos como o Primeiro Filme, realizado nos últimos anos e com grande alcance em colégios públicos, para tornar o cinema gaúcho mais democrático e promover a diversidade.
Com este trabalho e tantos outros, apendendo com erros que cometemos, seguiremos no compromisso de que o cinema gaúcho seja cada vez mais representativo da nossa realidade e conte cada vez mais com filmes de cineastas negras e negros, com ampla liberdade temática e estética.
CARLOS GERBASE
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