Jaime
cimenti
O palavrão de
2014
Desde
o pedido de emprego constante na Carta
de Pero Vaz de Caminha, atestado de nascimento do Brasil, até os escândalos dos
Correios desses dias, passando pelos Sete Anões do orçamento, fraudes na
Previdência, Mensalão, Mensalinho e Petrolão, entre dezenas de outros, nossa
história, há séculos, traz episódios de corrupção, palavrão que definitiva e
infelizmente marca o ano de 2014,
com seus mais de 50 tons de preto
e suas incontáveis e tenebrosas transações.
O
Barão de Itararé, vovô do humor e da inteligência no Brasil, sintetizou:
negociata é todo bom negócio para o qual não fomos convidados. De lá para cá,
algumas coisas mudaram. Uns dizem que, ao invés de capitanias hereditárias,
agora temos ministérios hereditários...
Piadas sobre a Petrobras estão na boca
do povo: dizem que agora alguns empresários acham que vão se dar melhor, ganhar
mais, sem precisar pingar propinas...Outros falam que o pessoal que cuida da
limpeza e dos banheiros da Petrobras estaria com medo de perder o emprego, pois
parece que o pessoal anda fazendo menos sujeira...
Falando
sério, agora. O STF condenou os culpados
pelo Mensalão e, no momento, após as investigações e as ações da Polícia
Federal, do Ministério Público e da Justiça Federal do Paraná, o STF terá nova
oportunidade de mostrar que os tempos mudaram. É o que a sociedade brasileira
espera. Vamos ver. Ainda é cedo para palavras mais definitivas, mas já dá para
traçar paralelos com o histórico processo
das “mão limpas”, que mudou os rumos da corrupção e da política na
Itália. Quem sabe o filme italiano passe aqui.
Estamos
em final de ano, Natal e tal, época de renovar esperanças, de praticar o
espírito natalino. Para os que acham que a corrupção e o País não têm saída,
recomendo, por enquanto, que se pense na
criação da C.A. - Corruptos Anônimos, entidade que reuniria os doentes, viciados
na grana dos outros, que não se
contentam nunca e que sempre querem tomar mais e mais dinheiro público.
Se
eles se reunirem em algum lugar privado, refletirem e tomarem jeito, quem sabe
vão economizar em favor dos cofres públicos e pegar condenações menores. Quem
sabe não precisaremos gastar tanto com prisões, alimentação e roupa de cama,
mesa e banho na carceragem da Polícia Federal e nos presídios.
Quem sabe a C.A.
-Corruptos Anônimos consiga acabar ou,
pelos menos, reduzir drasticamente esta praga crônica que nos assola desde os
tempos do Pau Brasil. Sem prejuízo, claro, do que está sendo feito pelas
autoridades.
Jaime
Cimenti
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