13
de dezembro de 2014 | N° 18012
PAULO
SANT’ANA
O preço da corrupção
Cansei
de escrever nesta coluna que os combustíveis mais caros do mundo para os
consumidores são os brasileiros.
Pois
agora o leitor Antonio Barcellos manda me dizer que recentemente viajou pelo
Equador. E mandou para mim uma comparação entre os preços dos combustíveis de lá
e os daqui.
Não é
Venezuela, vejam bem, que é uma das grandes potências petrolíferas do mundo. Trata-se
do Equador, que tem a economia dolarizada.
O
meu leitor manda me dizer que viajou pelas ruas de Quito em um táxi, rodando
por 20 minutos e vários quilômetros, em horário sem engarrafamento, findos os
quais o taxista cobrou-lhe US$ 1,80, ou seja R$ 5,40.
Ele
foi conferir o transporte coletivo, dentro das cidades e intermunicipal. O preço
da tarifa urbana em Quito é de US$ 0,25, ou seja, R$ 0,75. E me manda dizer
também meu leitor que, quando o passageiro utiliza os itinerários de integração,
pode fazer a primeira e a segunda viagem com a mesma tarifa.
O
leitor foi saber da razão desses preços baratíssimos no Equador em relação ao
Brasil.
O
Equador é autossuficiente em petróleo, o mesmo que o Brasil. E gasolina no
Equador é vendida a R$ 1,36 o litro, enquanto no Brasil custa R$ 2,90.
Uma
garrafinha de meio litro de água custa mais no Brasil do que um litro de
gasolina no Equador. Que
barbaridade!
E o
leitor manda perguntar: aonde estará indo essa grande diferença do Brasil com o
Equador? Ele indaga se esta fortuna colossal que o Brasil cobra a mais pelos
combustíveis não está localizada justamente no preço da corrupção que foi
comprovada na Petrobras pela Operação Lava-Jato.
Mas é
claro que sim, é essa bandalheira ocorrida na Petrobras que leva a que paguemos
os combustíveis mais caros do mundo.
E
termina o leitor, conclusivo e aflito: “Já imaginaram o impulso que teria a
economia brasileira (empresas e orçamentos domésticos) se de um dia para outro
os nossos preços de gasolina e gás caíssem para o patamar cobrado no Equador!?”
Sem
dúvida, só aqui o preço da corrupção é maior do que o do produto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário