28
de dezembro de 2014 | N° 18026
PAULO
SANT’ANA
O céu de Punta
Punta
del Este é um paraíso encravado no inferno do Uruguai.
Punta
del Este foi erguida pelos argentinos para gozar as delícias da praia, a
delicadeza do trânsito e, principalmente, a vantagem enorme de não conviver com
os uruguaios. Há gente de todo o mundo em Punta, menos uruguaios. Por isso, os
argentinos se refugiaram lá.
Mas,
aos poucos, os argentinos estão cedendo terreno em Punta del Este para os
brasileiros, em breve haverá mais brasileiros em Punta do que argentinos.
É
que as sucessivas crises financeiras que assolaram a Argentina pós-Perón foram
empobrecendo os portenhos e eles passaram a vender suas casas e apartamentos em
Punta del Este.
Não
vou a Punta del Este por sua beleza natural e arquitetônica, que é
indiscutível. Vou por dois motivos: os cassinos e os pêssegos.
São
os pêssegos mais deliciosos do mundo, os de Punta, mais doces que as tâmaras do
Líbano e mais suculentos que as laranjas de Taquari.
Pena
que os pêssegos de Punta não dão nas quatro estações. Mas na única estação que
vicejam já me bastam para comer centenas deles em apenas 60 dias.
Não
é preciso dizer que tanto o Oceano Atlântico quanto o Rio da Prata, que banham
as duas margens da península em Punta, têm águas geladas, nem sei como alguns
turistas se atrevem a mergulhar nelas.
Se
Punta del Este tivesse as águas das suas praias quentes como as de Jurerê,
seria a cidade mais frequentada do mundo.
Mas
a água é gelada, nem pinguim conviveria com ela.
Mas
as ruas e avenidas de Punta são limpíssimas, arejadas por árvores inúmeras e
têm um trânsito pacífico e convidativo como não há igual em nenhuma cidade do
planeta.
Eu
nunca vi um acidente de trânsito em Punta del Este. Dizem que já houve, mas eu
nunca vi. É de admirar isso, afinal é estreita a península, mas acontece que o
trânsito só é intenso no verão. No inverno, parece trânsito destinado
exclusivamente aos pedestres, tão suavemente se comportam os motoristas em
Punta.
Finalmente,
é incrível, mas não há sequer um negro em Punta del Este. A 150 quilômetros de Punta, em
Montevidéu, há milhares de negros.
Mas
em Punta nenhum empregado, nenhuma empregada doméstica negra, nem camareiras de
hotel.
Foi
feita em Punta uma segregação racial pacífica e não violenta. Há mais negros na
Dinamarca e na Noruega do que em Punta del Este.
Ou
melhor, não há sequer um só negro ou uma só negra em Punta.
MEUS
LEITORES
-
Sobre “Olá, estou aqui agora”,
publicada
em 21/12/2014
Grande
Sant’Ana, agora que tu estás escrevendo só aos domingos, aproveita que tens
mais tempo livre e coloca um pouco de juízo na cabeça dos dirigentes do Grêmio.
Precisamos de um bom time ano que vem para a Copa do Brasil. Boa sorte nesta
nova empreitada. Abraço.
VAGNER
RODRIGUES PAGANO
Resposta
Eu ando muito desiludido com o Grêmio, Vagner. Mas a esperança é a última que
morre. Aliás, a última não: a penúltima.
-
Sobre “A mudança”, publicada em 18/12/2014
Prezado
Todos
os gaúchos, quando pegam ZH, visualizam a capa do jornal e depois correm para
ler a vossa coluna, pois é um hábito de todos os leitores de ZH a coluna
escrita por Pablo. Diz muito com o pensar e gostar do povo gaúcho. Por isso
tudo, teremos que reaprender a ler ZH novamente. Forte abraço.
JORGE
LUIZ GOUVEIA EHLERS
Resposta
Eu te aconselho uma coisa muito simples, Jorge: compra ZH só nos domingos, que
não vais te arrepender.
O
MELHOR DE MIM
(Pensamentos
extraídos do meu arquivo de colunas)
Só
há razão de viver no entusiasmo. E o entusiasmo nasce da coragem.
A
vida, em todo dia que se acorda de manhã, tem que nos apanhar mobilizados para
a felicidade.
É
muito importante o que o homem faz, mas eu daria um doce para saber o que ele
pensa. E, entre o que faz e pensa, quase sempre tropeça num abismo.
O
coração não sente ciúme. O coração só ama. Quem sente ciúme é o cérebro. Por
isso se diz que o ciúme é coisa da cabeça da gente.
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