08
de dezembro de 2014 | N° 18007
MARCELO
CARNEIRO DA CUNHA
NO TEMPO DAS
CAIXA
Estava
eu na Livraria Cultura aqui na Paulista e me vi diante da seção de DVDs – mais
especificamente, a das séries e, portanto, das caixas. Em bom porto-alegrês
avesso a plurais, “das caixa”, não é mesmo?
As
séries inauguraram as caixas, porque há uma década não havia uma internet com a
velocidade atual, e o Netflix não existia, ao menos como distribuição maciça de
conteúdo por streaming. Para se poder ver uma série inteira, para se poder ver
na hora desejada, para se poder rever, ou mesmo ver, era a caixa ou nada.
Diferentemente
do filme, que se alugava, série se comprava, e aquela caixa representava algo
novo de um jeito novo. Com as séries, surgiu o binge watching, a prática e o
vício de se ver um número de episódios entre um e muitos, de acordo com seus
compromissos no dia seguinte.
A
grande caixa de 2002, por exemplo, foi Band of Brothers, com 10 episódios da
bela série criada por Steven Spielberg e outros para representar a visão
americana da II Guerra Mundial. Entre os meus amigos, surgiu a prática de ver
todos os episódios de uma só vez, e eu, ao menos, ainda a considero o melhor
conjunto de 10 horas de audiovisual jamais realizadas.
O
Natal está nos atropelando mais uma vez e, portanto, quero recomendar algumas
caixas, ou algumas caixa, especialmente das antigas, como grandes e ótimos
presentes para quem vocês amam: The Sopranos, Six Feet Under, Band of Brothers,
Twin Peaks, Seinfeld e, sempre, Friends. Claro que existem muitas outras mais,
e elas estão ali para isso, manter diante dos seus olhos alguns dos melhores
momentos passados no seu sofazão e mandando ver na pipoca.
Tudo
isso é presente e passado. Dias atrás, tentei usar meu DVD player e não
lembrava mais direito de como se faz. O mundo online liquida com as caixas, mas
elas, de algum jeito, estarão para sempre nos nossos corações.
Fica
a dica.
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