09
de dezembro de 2014 | N° 18008
EDUCAÇÃO
JOVENS NO ESTADO
51,2% não concluem o Ensino Médio
DIVULGADO
PELO MOVIMENTO Todos Pela Educação, com base na Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios do IBGE, o percentual de alunos de até 19 anos que não acabam a
Educação Básica no Rio Grande do Sul está acima da média nacional
Menos
da metade dos jovens na idade considerada adequada (até 19 anos) concluiu a
Educação Básica no Rio Grande do Sul no ano passado. O percentual de 48,8% –
divulgado ontem pelo Todos Pela Educação (TPE) – está abaixo da média
brasileira, de 54,3% dos estudantes concluindo a etapa na idade certa.
O
desempenho gaúcho também está bem abaixo da meta estabelecida pelo movimento
para 2013, de 66,4% (veja o gráfico). Os indicadores foram calculados com base
na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2013, do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Secretário
estadual da Educação, Jose Clovis de Azevedo afirma que desconhece a
metodologia utilizada no estudo. O governo gaúcho faz análises com base nos
dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
(Inep).
–
Tivemos, em 2006, 38,6% na taxa de distorções idade/série (alunos que estão em
uma série que não corresponde a sua idade). E ela vem baixando: em 2013,
tivemos 31,3% – relata.
O
titular da Educação também salienta que, entre os alunos dos terceiros anos do
Ensino Médio com até 19 anos, o índice de conclusão é de 93%. A diferença entre
as análises feitas pelo Todos Pela Educação e pelo secretário está na origem: o
movimento faz uma projeção de todos os jovens gaúchos até 19 anos, enquanto o
governo trabalha com os matriculados na rede estadual. Azevedo ainda destaca a
queda na taxa de evasão escolar: de 11,7% para 10,1% entre 2012 e 2013:
– A
melhora na taxa de evasão e no rendimento é produto da reforma no Ensino Médio
e de formação dos professores. Aumentamos a carga- horária, introduzimos
diretrizes do Conselho Nacional de Educação, e a pesquisa mobilizou os alunos.
PARA
ONG, RESULTADO É REFLEXO DE SOMA DE FATORES
Gerente
de Conteúdo do TPE, Ricardo Falzetta analisa que os dados brasileiros relativos
à Meta 4 – todo jovem de 19 anos com Ensino Médio concluído – são uma
consequência do não cumprimento das outras metas, como universalização do
ensino e aprendizagem adequada:
– Se
pensarmos em termos de qualidade da educação desde o início, como a
alfabetização, são questões que vão se somando e acabam gerando o resultado no
fluxo.
Falzetta
diz que não há uma solução única para o problema, mas um conjunto de medidas
que passa pela coordenação entre União, Estados e municípios. A formação
continuada dos professores, a valorização da carreira e a gestão dos docentes
também são apontadas como necessárias.
– Há
agendas do século passado que não resolvemos. Muito se falou que o Ensino
Fundamental estava universalizado, mas faltam cerca de 600 mil alunos (em todo
o território brasileiro). Há infraestrutura precária desde questões
superbásicas, como o acesso a água tratada, até mais avançadas, como
laboratórios de ciências. E sempre se trabalhou com o atingimento de padrões
mínimos, mas precisamos de padrões máximos – explica o gerente de conteúdo do
TPE.
Para
o Todos Pela Educação, a sociedade civil organizada pode auxiliar cobrando o
cumprimento do Plano Nacional de Educação (PNE), lei que estabelece 20 metas
para planejar o ensino brasileiro durante uma década.
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