03
de dezembro de 2014 | N° 18002
ARQUITETURA
JOGO DE MOSTRARE ESCONDER
COBOGÓS
DIVIDEM AMBIENTES SEM COMPROMETER A VISIBILIDADE E A ILUMINAÇÃO
Na
arquitetura de interiores, certos detalhes fazem toda a diferença em um projeto.
Os cobogós se enquadram nessa categoria. São elementos que não só conferem
personalidade, mas também criam efeitos diferentes, conforme a combinação e o
modelo escolhidos. Carregados de uma atmosfera retrô, são cada vez mais
identificados com o design contemporâneo e hoje primam pela variedade de aplicações.
Presentes
em fachadas e projetos de interiores desde a década de 1920, os elementos
vazados foram assim batizados pela junção de letras dos nomes seus criadores,
três engenheiros radicados em Recife. Em 1929, o português Amadeu Oliveira
Coimbra, o alemão Ernest August Boeckmann e o brasileiro Antônio de Góis,
natural de Pernambuco, patentearam os cobogós com as sílabas iniciais dos três
sobrenomes.
A
inspiração vem da arquitetura árabe, com referências das treliças muxarabis,
fechamentos de madeira colocados nas janelas das residências para criar aberturas
sem que as mulheres fossem avistadas por quem passasse na rua. O recurso
garantia privacidade e permitia a passagem de luz.
Quando
surgiram no Brasil, os blocos vazados eram feitos, na maioria dos casos, de
cimento. Atualmente, a multiplicidade de materiais e texturas é que torna o
recurso tão rico visualmente. Mármore, cerâmica, vidro, acrílico, madeira e
porcelana em diversos formatos revestem paredes inteiras, compõem peitoril de
varandas, adornam ambientes internos e ocupam o espaço de revestimento em áreas
molhadas. A criatividade dita a utilização.
No
projeto ao alto, assinado pela arquiteta Marcy Ricciardi, a divisória setoriza
os ambientes sem comprometer a visibilidade da bancada gourmet. Mostra que,
mesmo não tendo um espaço amplo, é possível aproveitar pequenos vãos para
encaixar cobogós: experimente um novo olhar para uma área compacta. O resultado
pode ser surpreendente.
CAMILA
SACCOMORI
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