segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011



07 de fevereiro de 2011 | N° 16604
PAULO SANT’ANA


Um minizoo irracional

O noticiário diz que está ameaçado de fechamento o minizoo da Redenção.

No meu sentir, a ameaça é outra: de que permaneça funcionando o minizoo do Parque da Redenção.

Porque eu sou radicalmente contrário ao confinamento de qualquer animal em cativeiro.

Todo animal, como todo homem, tem direito à liberdade.

Não se compreende um pássaro encerrado em uma gaiola assim como uma jaguatirica presa a uma jaula.

Ainda mais grave se torna esse cativeiro de animais porque eles são condenados à pena perpétua, vão ficar ali engaiolados ou enjaulados até sua morte.

O meu voto, portanto, é para que se feche imediatamente o minizoo da Redenção.

É uma chaga social exposta à visitação pública, quando deveria ser objeto de vergonha de uma sociedade que expõe os animais a essa crueldade.

A justificativa para essa loucura humana é de que os zoológicos preservam as espécies animais que estão em extinção.

Como é que é? Então, para se preservarem as espécies, elas devem ser aprisionadas, maltratadas, tolhidas em seu movimento e em sua liberdade?

E, ao que consta, isto é o cúmulo, nenhuma espécie cativa no minizoo do parque Farroupilha está ameaçada de extinção.

Se já sou contrário aos grandes zoológicos, como os de Berlim e Nova York, ainda mais ferrenho me torno nessa opinião quando se trata de um minizoo. Minizoo quer dizer espaço reduzidíssimo, onde as aves ficam proibidas de alçar voo e os mamíferos impedidos de correr.

Uma barbárie.

Não tem explicação que a prefeitura de Porto Alegre, tão carente de recursos, chame para si esta despesa vultosa do minizoo. Ou seja, dinheiro público destinado à crueldade com os animais.

Não entendo como as entidades que se dedicam à proteção dos animais não protestam contra essa animalidade.

As pessoas conscientes temos a obrigação de verberar contra todos e quaisquer maus-tratos aos animais.

Alguns canalhas encerram pássaros em gaiolas e, para obter lucros maiores com eles, furam seus olhos, com o objetivo de que seus cânticos se tornem mais tristemente maviosos.

Há outros que submetem mamíferos e aves a torturas indizíveis para adestrá-los em espetáculos.

Temos que nos posicionar contra todos e quaisquer maus-tratos a quaisquer animais, só os tratando civilizadamente é que poderemos tratar os nossos semelhantes, as pessoas humanas, com justiça e candura.

Abaixo o minizoo da Redenção. E o dinheiro que se gasta ali com o minizoo, que seja encaminhado para, por exemplo, melhor trato da saúde das pessoas.

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