terça-feira, 15 de fevereiro de 2011



15 de fevereiro de 2011 | N° 16612
PAULO SANT’ANA


Namoro feliz

O parzinho feliz de namorados estava no fumódromo ontem. Os quatro olhos deles não se descolavam, ficaram praticamente indiferentes à minha entrada no recinto, tal era a intensidade do colóquio que eles celebravam, um sentado estrategicamente na frente do outro.

E, logo em seguida ao magnetismo de seus olhares, ficaram conversando como se eu não estivesse ali.

O rapaz tinha uns 30 anos de idade e começou a conversa: “Eu não posso entender como te apaixonaste por mim. Não sei o que te levou a estares assim tão enamorada”.

A moça, de mais ou menos 28 anos: “É que eu adoro quando mostras fragilidade”.

O rapaz: “Como assim?”.

A moça: “Eu te amo porque tu te mostras indefeso. Então me vem o impulso de te salvar, sei que sou capaz disso”.

O rapaz: “Quer dizer que tu te propões a ser meu amparo, a me ajudar na solidão a que me atirei na maior parte dos meus dias, antes de te conhecer?”.

A moça: “Isso. Eu amo a tua solidão. Porque quando tu mergulhas nela eu me sinto sem rival. E ao mesmo tempo me sinto a única pessoa capaz de te salvar”.

E, depois de fumar, se foram. Desceram as escadas flutuando, enlevados pela esperança de serem felizes para sempre, juntos.

Separaram-se lá adiante, parecendo-me despreocupados, encorajados a enfrentar a vida pelo amor recíproco nutrido.

Que bela estação esta da vida em que um homem e uma mulher se apaixonam um pelo outro, não lhes interessando mais nada nem ninguém que possa lhes perturbar o idílio.

Que escada sublime é o amor, que faz embriagados um homem e uma mulher, tornando para eles o mundo um paraíso em que mergulham suas mentes, seus corações e suas carnes no estupendo território designado ao amor.

Fiquei com uma inveja daquele parzinho feliz de namorados.

Recebo uma espetacular notícia para a classe dos médicos, a qual tanto tenho defendido.

Eis o que me mandaram dizer: “Fiquei deveras emocionado com a revelação de que uma médica gineco/obstetra percebe miseráveis R$ 1.400,00 por mês na prefeitura.

Estou perplexo com essa sua descoberta, por isso, ofereço pelos serviços dessa profissional uma importância dez vezes maior. R$ 14.000 (quatorze mil reais) por mês é o que eu ofereço. Isto mesmo!

Por favor, informe a essa profissional o meu e-mail e manteremos contato. Oferecerei mais de uma opção de trabalho, com condições de agregar uma renda adicional, se se dispuser a fazer plantão médico em hospital, nos finais de semana ou à noite. Atenciosamente (ass.)

Américo Gelain, Fundação Araucária (americo@araucaria.org.br)”.

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