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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
21 de fevereiro de 2011 | N° 16618
INVASÃO ANUNCIADA
Chineses buscam qualidade
Fábrica dos modelos da JAC Motors, do país asiático, pode ser construída no Brasil pelo grupo SHC
A invasão dos carros chineses no Brasil, prenunciada no ano passado durante o Salão Internacional de São Paulo, começa a se concretizar. O grupo SHC divulgou a intenção de construir uma fábrica no país para produzir os modelos da JAC Motors.
Segundo o empresário Sérgio Habib, presidente do grupo, a construção da unidade local ainda está sendo avaliada:
– Uma fábrica só é viável se produzir mais de cem mil veículos por ano.
Apesar disso, o grupo já encaminhou o plano ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Uma das concorrentes chinesas, a Chery, escolheu o município de Jacareí, no Vale do Paraíba (SP), para instalar uma fábrica de carros compactos. Inicialmente, produzirá 50 mil unidades por ano a partir de 2013, mas a meta é atingir 150 mil, com investimento de US$ 400 milhões.
Os dois primeiros modelos a serem produzidos são o hatch Face e o sedã A13. As marcas Lifan Motors, Chana Motors, Hafei Montadora, Haima, BYD e Dongfeng também manifestaram interesse de terem plantas locais. As quatro primeiras atuam como importadoras, porém, apesar das intenções, nenhuma tem proposta concreta para montar fábricas no Brasil.
A imagem dos carros chineses começa a mudar, acredita Habib. De acordo com o empresário, em 2008, foi feita pesquisa com 500 clientes das 50 revendas do grupo (Citroën, Ford e Volkswagen). Metade não compraria um veículo daquele país.
– A pesquisa foi repetida, recentemente, e 80% responderam que comprariam, caso o carro tenha estilo e seja bom – revelou Habib.
A desconfiança do brasileiro pela qualidade dos chineses é mesma ocorrida há alguns anos com os veículos montados na Coreia do Sul. Imagem que mudou desde entrão.
De olho no potencial, a chinesa Johnson Eletric, no mercado brasileiro há cerca de 10 anos, anunciará uma nova fábrica em São Paulo nos próximos meses para a produção de componentes elétricos. Conforme o presidente na América do Sul, Jorge Delic, itens passarão a ser feitos aqui.
A Johnson tem uma unidade em Guarulhos (SP) com 110 funcionários, e outra na Argentina, com 70, com faturamento de US$ 70 milhões em 2010.
– Nossa projeção é triplicar esse faturamento nos próximos três anos, por meio de produção local e da importação – afirma Delic.
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